Cultura

Casa da Música estreia "Surrogate Cities" de Heiner Goebbels

  • Notícia

    Notícia

#mno_novo_mundo_casa_da_musica_10.JPG

Miguel Nogueira

A Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música apresenta neste sábado, em estreia nacional, a obra "Surrogate Cities" do compositor alemão Heiner Goebbels, 26 anos após a primeira apresentação mundial.

O concerto, que tem início às 18 horas na Sala Suggia, é conduzido pelo maestro Peter Rundel, titular de outro agrupamento residente da Casa da Música, o Remix Ensemble, mas que também assumiu a direção musical da gravação da peça com a Jovem Filarmonia Alemã, em 2000, e a estreia na Ópera de Frankfurt, na Alemanha, em agosto de 1994.

O próprio Heiner Goebbels assume a conceção cénica e desenho de luzes deste concerto, que conta com a Digitópia na música eletrónica e os dois solistas "preferidos" do compositor que mais vezes interpretaram a obra: a cantora jazz Jocelyn B. Smith e o vocalista David Moss, ambos norte-americanos.

Antes do concerto, Peter Rundel e Heiner Goebbels conversam com o público, num encontro de 45 minutos.

O evento de hoje traz pela primeira vez a Portugal uma composição que parte de textos de Paul Auster, Franz Kafka e Heiner Müller para criar "a imagem e a sonoridade da cidade moderna, com todas as suas contradições fascinantes".

"Surrogate Cities", uma "suite para ?sampler' e orquestra", combina música com texto e uma composição cénica desenhada pelo próprio compositor, trabalhando depois a justaposição da orquestra a ?samples' de sons, numa associação que visa aproximar a sonoridade do concerto à de uma cidade moderna.

Estreada em 1994, ano em que o alemão a concluiu, "Surrogate Cities" foi uma encomenda para marcar o 1.200.º aniversário da cidade de Frankfurt e o 20.º da Jovem Filarmonia, tendo sido depois gravada em disco, em 2000, com Peter Rundel e os solistas que há mais tempo a interpretam pelo mundo.

Em 2001, a gravação foi nomeada para um Grammy e, desde 1994, o trabalho, um dos mais ambiciosos em termos de produção, tem sido interpretado na Europa, Ásia e América do Norte.