Caridade no Teatro Campo Alegre

Depois de Casa Vaga, espetáculo
estreado em março no Teatro Municipal Rivoli, o Teatro Experimental do Porto (TEP) prepara
agora um mergulho no universo do dramaturgo Ödön von Horváth. Esta será a
segunda das quatro novas criações da companhia em 2015.

"Caridade", o que resta
de Fé Caridade Esperança de Ödön von Horváth sobe ao palco no mês em que o TEP
celebra 62 anos de existência. A peça vai estar em cena durante três dias,
18, 19, 20 e 21 de junho no Teatro Municipal Campo Alegre.

Caridade, encenado por Luís Araújo, centra-se na
história de Elisabeth, uma mulher que tenta vender o seu corpo ao instituto de
medicina legal porque precisa desesperadamente de dinheiro.
Esse é o ponto de partida de uma "pequena dança
da morte em cinco quadros" ambientada num mundo descarnado onde o Estado começa
a falhar no cumprimento dos seus deveres para com os cidadãos. E onde os
cidadãos, por sua vez, começam a rever os seus modelos de relação com o Estado,
a individualizar-se e a criar novos desenhos nas relações entre si. Um Estado
que deixou de ser um contrato social para ser um organismo, e uma sociedade que
não nos permite sequer aspirar à felicidade doméstica, que não está só
interessada em controlar a nossa consciência e ideologia, mas também o que temos
de biológico, somático e corporal.
De bisturi na mão, Horváth faz aqui uma autópsia às palavras e aos
comportamentos que conduzem o Homem aparentemente civilizado à bestialidade.
"Caridade" é um espetáculo TEP coproduzido pelo 38° FITEI - Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, no âmbito da rede ESMARK - European Scene Market. 

tradução: Ricardo Braun
adaptação, sonoplastia e encenação: Luís Araújo
cenografia: Tiago Pinhal Costa
desenho de luz: Rui Monteiro
fotografia, design e figurinos: Sara Pazos
música: Mursego
interpretação: Afonso Santos, Ana Brandão e Luís Araújo
com a participação de João Rosário e Ricardo Barbosa.

Bilhetes 7,50 EUR disponíveis online 

Foto: DR