Sociedade

Cancro e as doenças cardiovasculares

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Egídio Santos/UP

Três projetos de investigação na área da oncologia e
das doenças cérebro-cardiovasculares desenvolvidos por equipas do 
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S)
da Universidade do Porto
 vão
receber bolsas no âmbito do 
Fundo para
a Investigação em Saúde
, uma
iniciativa do Ministério da Saúde - gerida pelo Infarmed - que se
destina a apoiar, com um capital de base de um milhão de euros, atividades
e projetos de investigação orientados para a proteção, promoção e melhoria
da saúde das pessoas.


Um dos
projetos premiados, na domínio da oncologia, visa a "deteção de mutações
somáticas no plasma de doentes com cancro do pulmão", e é da autoria de uma
equipa do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto
(Ipatimup)  - entretanto integrado no i3S  -  e do Centro
Hospitalar de São João. O objetivo desta proposta é demonstrar que é possível
utilizar amostras de sangue periférico (biópsia líquida) como alternativa às
biópsias tumorais para a identificação de alterações somáticas do cancro, quer
aquando do diagnóstico quer durante a progressão da doença".


Com esta
investigação, a equipa liderada pelo investigador José Carlos Machado propõe-se
a "disponibilizar uma solução simples para a rotina de recolha de material
biológico para análise molecular e para informar a decisão terapêutica em todas
as fases de acompanhamento clínico do doente com cancro".


Os outros
projeto financiados pelo Governo centram-se do campo das doenças
cardiovasculares e envolvem duas equipas de investigadores do Instituto de
Engenharia Biomédica (INEB), igualmente integrado no i3S.


Um destes
projetos, designado "microRNAs como biomarcadores/alvos terapêuticos para
identificar/reverter a fibrose cardíaca", tem como grande objetivo "validar
o potencial de miRNA como uma ferramenta alternativa na deteção da fibrose do
miocárdio em doentes com enfarte agudo do miocárdio (EAM) e servirá de suporte
para futura análise transversal destes marcadores noutras patologias
cardíacas". Para além do i3S, representado pela equipa liderada pela
investigadora Diana Nascimento, o projeto conta ainda com a
colaboração do Centro Hospitalar de São João, do Institute for
Biomedical Imaging and Life Sciences (IBILI) e do Instituto de Medicina
Molecular (IMM).


Ainda no
domínio das doenças cérebro-cardiovasculares, foi contemplada uma
investigação sobre "NanoTerapias Neuroprotetoras avançadas para o tratamento de
acidentes vasculares cerebrais", que conta com a participação da equipa
liderada por Ana Paula Pego, do INEB.


"A
nanoterapia avançada aqui proposta tem como aplicação principal o tratamento de
Acidente Vasculares Cerebrais (ACV), mas tem o potencial de ser aplicada a
outras estratégias de neuroprotecção após lesão do SNC [Sistema Nervoso Central]
", informa a equipa de investigação, que inclui também investigadores
do Centro Hospitalar do Porto, Universidade de Santiago de Compostela, Centro
de Neurociências e Biologia Celular (CNBC/UC).


Para além dos
três projetos que contam com a participação da Universidade do Porto,
o Fundo para a Investigação em Saúde vai financiar mais três projetos
portugueses nas áreas do cancro e das doenças cardiovasculares. Ao
todo foram recebidas e analisadas 156 candidaturas, envolvendo mais de 650
investigadores de diferentes instituições.


A
apresentação dos projetos vencedores das primeiras bolsas do Fundo para a
Investigação em Saúde teve lugar a 17 de novembro, em Lisboa. Na ocasião,
o Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, realçou a
disponibilidade do Governo para "formar e apoiar o desenvolvimento de
carreiras de investigadores clínicos, em todas as fases do percurso científico,
promovendo a criação de líderes em investigação clínica, com potencial de
transformar o panorama científico nacional numa área estratégica que revela um
desempenho aquém do potencial existente".


Fonte: Portal de Notícias da U.Porto