Cultura

Campus Paulo Cunha e Silva recebe mais de 3500 artistas no primeiro ano

  • Paulo Alexandre Neves

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Espaço multidisciplinar, inclusivo e de liberdade à criação, o Campus Paulo Cunha e Silva recebeu, no seu primeiro ano, mais de 3500 artistas e equipas, contou com mais de 120 reservas de estúdios por artistas e coletivos, realizou mais de 200 aulas orientadas por 43 formadores, e cumpriu 50 residências artísticas e técnicas.

Nesta sexta-feira, dia 9 de junho, comemorou o primeiro aniversário e o balanço não poderia ser mais positivo. “Foi um ano extraordinário. O Campus foi pensado e desenvolvido para dar uma resposta a uma necessidade que havia na comunidade artística portuense, que era a falta de espaços de trabalho condignos, promovendo também o encontro e diálogo entre pares”, salientou o diretor do Teatro Municipal do Porto, Tiago Guedes.

A data foi assinalada com a presença do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acompanhado do vice-presidente, Filipe Araújo, do vereador da Educação e Coesão Social, Fernando Paulo, administradores da empresa municipal Ágora, artistas residentes e vizinhos do Campus. Sobre estes, Tiago Guedes confessa que “foram sendo conquistados”. “Muitos deles tiveram os seus filhos e netos a estudar nesta escola. Tem sido um namoro interessante, dando um outro tipo de vivência a este local”, adianta.

O Campus Paulo Cunha e Silva situa-se na antiga Escola EB José Gomes Ferreira, nas proximidades da Praça do Marquês e da Rua do Bonjardim. Possui quatro grandes estúdios de trabalho, de grande rotatividade e com ocupação permanente. “É um espaço de recolhimento e de introspeção no desenvolvimento dos trabalhos artísticos antes de eles serem apresentados nos palcos”, acrescenta o diretor do Teatro Municipal do Porto.

Espaço de encontro e diálogo entre pares

Para além do trabalho diário dos artistas, o Campus é também um espaço de encontro e diálogo entre pares. Exemplo da partilha de sinergias entre o Campus e o Teatro Municipal do Porto (TMP) foi a apresentação, em março, de “What Plato said to Ariana Grande”, de Mafalda Banquart e Emanuel Santos, no âmbito do programa Double Trouble #04, no Teatro Campo Alegre. Este projeto foi um dos projetos selecionados na primeira edição do programa de pesquisa e investigação artística, Reclamar Tempo, lançado em 2020, com residências a decorrer no Campus, que terá sido programado posteriormente na temporada regular do TMP.

Também as aulas diárias – parte integrante do projeto artístico do Campus – cruzaram com a programação do TMP, numa lógica de aproximação dos artistas internacionais à comunidade artística local e partilha de ferramentas e práticas de trabalho. Assim foram as aulas com Steven Michel (intérprete de Jan Martens, que apresentou “any attempt will end in crushed bodies and shattered bones”, em setembro de 2021, no Rivoli) e ainda o caso do coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin, que está esta semana a orientar as aulas Substâncias Coreográficas, após a estreia de “Uirapuru”, nos passados dias 3 e 4 de junho, no Teatro Campo Alegre.

Na temporada 2022/2023 do Teatro Municipal do Porto será ainda apresentado o projeto “LA BURLA”, de Bruno Brandolino e Bibi Dória, dupla de artistas que trabalha a partir do Porto. Este projeto foi um dos selecionados para o programa de Residências Artísticas de 2021/2022.

Nos próximos dias serão revelados os 22 novos projetos selecionados no âmbito dos programas de residências do Campus, resultado da open call que decorreu entre 14 de março e 4 de abril deste ano.