Mobilidade

Campanhã quer ser eixo central de um sistema à espera da revolução no transporte ferroviário

  • Porto.

  • Notícia

    Notícia

fib_estacao_campanha.JPG

Filipa Brito

O presidente da Câmara do Porto participou, esta terça-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, no XV Congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento dos Sistemas Integrados de Transporte (ADERSIT), este ano com o tema “Aumentar a competitividade: Mobilidade, Logística e Transporte Ferroviário”. Rui Moreira levou ao debate o exemplo do Terminal Intermodal de Campanhã que quer ser um eixo central na mobilidade urbana, mas ainda aguarda a necessária revolução no transporte ferroviário.

Antes de dar início ao debate “Mobilidade Sustentável – O papel estruturante do Modo Ferroviário nas Áreas Urbanas”, onde também participaram o presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, e o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, José Apolinário, o autarca assumiu que “a mobilidade urbana é um tema particularmente caro ao Município do Porto, que tem em curso uma estratégia para tornar mais ampla, funcional e sustentável a sua rede de transportes públicos”.

Crendo na “inteligência, intermodalidade, inclusividade e sustentabilidade” da política portuense, Rui Moreira acrescentou que “o transporte ferroviário assume um papel fundamental” nesse campo, onde está agora integrado o Terminal Intermodal de Campanhã (TIC).

Além da ligação ao metro, a estação de Campanhã está também conectada à rede urbana de autocarros, tornando-se, assim, uma “infraestrutura âncora” e fazendo daquela área “uma interface de primeiro nível, não só da cidade, mas de toda a região Norte”.

“E com a Linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa, recentemente apresentada”, acrescenta o autarca, “Campanhã vai, certamente, reforçar as suas potencialidades como eixo central do sistema de transportes”. Por isso, afirma Rui Moreira, “o modo ferroviário tem um papel estruturante na área urbana e suburbana do Porto”.

No entanto, o presidente da Câmara considera que o serviço atualmente prestado pela CP “está longe de se traduzir em claros benefícios para a população”, que sofre “diariamente o desinvestimento político e financeiro de que o modo ferroviário tem sido alvo”, refletido em comboios “lentos, desconfortáveis, barulhentos e sujos”, em atrasos, suspensões e alterações de horários, além de linhas “em mau estado”.

“Há toda uma revolução a fazer nos serviços urbanos e suburbanos da CP”, sublinha Rui Moreira, deixando a mensagem de que “o Município do Porto espera que o Plano Ferroviário Nacional venha, efetivamente, dar resposta às necessidades de transporte ferroviário dos diferentes territórios e se articule com as estratégias de mobilidade dos diferentes municípios”.