Economia

Câmara vai entregar a partir de hoje vales de desconto de 2 euros por cada 20 euros em compras

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O Executivo Municipal aprovou nesta segunda-feira, por unanimidade, o “Programa de incentivo à atividade comercial” para a época festiva. Consiste na entrega, aos comerciantes aderentes, de vales de desconto de dois euros por cada 20 euros em compras. No total, serão atribuídos 162.500 vouchers, num investimento camarário até aos 325 mil euros. A este programa acresce a entrega de tickets para a isenção de estacionamento em quatro parques de estacionamento municipais, na Baixa do Porto.

É mais um programa municipal que procura mitigar a crise económica que assola as atividades comerciais da cidade, dirigida aos estabelecimentos de porta aberta para rua e com dimensão de loja até aos 250 metros quadrados.

O objetivo do Município é apoiar o comércio de rua, local e tradicional, esperando que esta medida complementar concorra “para um aumento do fluxo de clientes junto do setor comercial da cidade e assim contribuir para fazer face à difícil situação de crise económica, provocada pela doença Covid-19, nomeadamente numa época tão preponderante para o comércio como é o Natal”, assinala a proposta do vereador da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, que na reunião de Executivo Municipal referiu que a intenção é distribuir os vales de desconto de imediato.

“Queremos começar a distribuir os vouchers ainda hoje. Os comerciantes aderentes terão na sua porta um autocolante a indicar “vales de desconto Porto.”, indicou o responsável, acrescentando que “a ideia é que cada comerciante possa receber de cada vez 100 vouchers”, admitindo ainda que possa haver lugar a uma segunda distribuição, mediante o número de adesões.

Assim, os estabelecimentos comerciais que aderirem ao programa - após contacto com o departamento municipal de Turismo e Comércio - vão receber vales de desconto de 2 euros por cada compra de valor igual a 20 euros e assim sucessivamente - em múltiplos de 20 euros. Ou seja, todos os consumidores que fizerem compras de valor igual ou superior a 20 euros nas lojas aderentes, recebem do comerciante esse desconto automático. Caberá depois ao comerciante redimir diretamente os vouchers junto do Município do Porto.

No total, serão distribuídos 162.500 vales de desconto (150.000 vouchers entregues pela autarquia e 12.500 vouchers pela Associação de Comerciantes do Porto), até uma verba de 325 mil euros.

“O que nós queremos é que este programa seja indutor, um trigger, porque acreditamos que tem um efeito multiplicador maior”, sustentou o responsável pelo pelouro, lembrando que este apoio suplementar vai efetivamente ter impacto no comércio tradicional, uma vez que “muitos destes comerciantes de rua nem sequer têm vendas online”.

Por outro lado, a decisão de entregar diretamente os vales de desconto aos comerciantes e não à população teve a ver com o período de tempo em causa e com questões de ordem administrativa, esclareceu o presidente da Câmara do Porto. “A materialização da ação é mais rápida, tendo em conta que esta medida vai da época de Natal ao Dia de Reis”, além de que, acrescentou Rui Moreira, se a entrega fosse direta, pressupunha que os clientes fossem só habitantes da cidade, uma vez que a Câmara do Porto não está habilitada a fazê-lo junto de outros munícipes. “Por razões óbvias, não queremos que os clientes sejam só do Porto”, justificou o autarca.

O apoio a conceder materializa-se, também, no desenvolvimento e divulgação de uma campanha de comunicação.

Tanto a maioria independente como a Oposição (PS, PSD e CDU) reconheceram que a medida adicional hoje aprovada não vai resolver todos os problemas, mas de qualquer forma é uma ajuda para mitigar a crise que a atividade comercial enfrenta.

Manuel Pizarro, vereador do PS, disse ser discutível a fatia orçamental destinada, mas concordou ser um apoio relevante. Também o vereador do PSD, Álvaro Almeida, disse que a ajuda “é relativamente pequena, mas compreendo que haja restrições orçamentais”. Estando assegurada a entrega de 100 vales de desconto por comerciante, “o apoio municipal de é 200 euros a cada um”, contabilizou.

Rui Moreira foi mais longe nas contas. A verba destinada ao programa permite um máximo de 1.625 estabelecimentos aderentes. “Se não aderirem todos, pode haver possibilidade de nova distribuição”, referiu o autarca, deixando ainda claro que “não podem ser gastas todas as balas neste projeto”. Até porque, argumentou, há muitos pequenos negócios ligados ao setor do turismo que estão igualmente a passar sérias dificuldades. “O caso dos táxis e das lavandarias, e mesmo as TVDE”, referiu.

Na semana passada, quando foi ver as iluminações de Natal em algumas das mais emblemáticas ruas comerciais da Baixa da cidade, acompanhado por Joel Azevedo, presidente da Associação de Comerciantes do Porto (entidade que este ano assegurou a montagem e instalação das luzes), o presidente da Câmara do Porto já tinha revelado, em linhas gerais, o programa hoje aprovado.

Estacionamento gratuito

Numa proposta autónoma, mas interligada à anterior, foi igualmente aprovada por unanimidade a isenção do pagamento da taxa de estacionamento em quatro parques municipais, por um período de 120 minutos (duas horas), de modo a estimular os consumidores a fazerem as compras de Natal no comércio tradicional.

A medida não é inédita, mas este este ano reveste-se de uma importância ainda maior. Assim, à semelhança do que sucedeu em anos anteriores, os tickets, no valor global de 21 mil euros, vão ser distribuídos aos comerciantes pela Associação dos Comerciantes do Porto, em articulação com a Câmara do Porto.

No total, existem 10 mil tickets, válidos nos parques municipais da Trindade (4.000), Silo Auto (4.000), Duque de Loulé (1.000) e Alfândega (1.000). Podem ser utilizados já a partir de amanhã, ou seja, do feriado de dia 8 de dezembro e até ao dia 8 de janeiro.

“A oferta de minutos de estacionamento nos parques de estacionamento no centro da cidade é uma medida que potencia o comércio de rua e incentiva às compras neste comércio durante a época de Natal", onde tradicionalmente há um aumento de consumo e de faturação.