Ambiente

Câmara quer liderar a transição energética e tem o apoio da EDP Distribuição para cumprir esse objetivo

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A Câmara do Porto, a EDP Distribuição e a Agência de Energia do Porto (AdEPorto) assinaram hoje um Memorando de Entendimento, que prevê o desenvolvimento de soluções de tecnologia, na cidade, em áreas como a produção descentralizada, a otimização do carregamento para a mobilidade elétrica e a iluminação pública, tendo como objetivo comum acelerar, de forma efetiva e eficaz, a transição energética. O Município tem já assumido uma posição liderante nos últimos anos nestas matérias, em consequência da aposta da maioria independente "no pilar transversal da sustentabilidade", assinalou esta manhã Rui Moreira na cerimónia que decorreu nos Paços do Concelho. 

Até 2030, o Município do Porto quer reduzir em 50% as emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) no território, intenção reproduzida no Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia, que assinou no ano passado em conjunto com outras cidades europeias. E, até ao momento, já reduziu em 37% essas emissões, estando bem lançado para atingir o objetivo, revelou esta manhã, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, durante a cerimónia de assinatura do memorando de entendimento, que juntou a tríade de subscritores na Sala D. Maria.

Para que continue, por isso, a trilhar um caminho que também olha a mais outra meta - a de atingir a neutralidade carbónica até 2050 - a cidade do Porto precisa de continuar a investir em soluções energéticas inovadoras e em projetos capazes de conduzir esse desígnio a bom porto.

É precisamente neste ponto que entra em cena a EDP Distribuição, empresa que, enquanto operadora da rede de distribuição, "tem um importante contributo a dar na modernização e automatização da rede elétrica, fatores essenciais para a transição energética", assinalou na sessão o administrador executivo da EDP, João Marques da Cruz.

Partindo desse espírito colaborativo, a empresa lançou agora o projeto Inovgrid20-30, desenhado a pensar numa estreita articulação com os municípios. O roadmap (roteiro) inicia com a Câmara do Porto e a escolha "não foi por acaso", afirmou João Torres, presidente da administração da EDP Distribuição, que tem seguido, com atenção, o empenho do Executivo Municipal nestas matérias, referiu.

Aspetos que, inevitavelmente, Rui Moreira abordou numa intervenção em que sublinhou a importância do Memorando para a consolidação da política que tem vindo a ser seguida.

"A sustentabilidade é um dos pilares estratégicos do Município do Porto e, como tal, o tema da transição energética é absolutamente crítico para a mudança de paradigma. Acreditamos que as cidades podem ter um papel determinante nesta matéria e é por isso que o Porto tem investido em vários eixos, num claro reforço do seu compromisso com a mobilidade elétrica, a utilização eficiente de energia ou na reabilitação do seu edificado, de onde já saíram mais de 100 milhões de euros, dos nossos cofres, só nos últimos anos", elencou o presidente da Câmara do Porto, explicando que muito desse investimento tem sido aplicado na melhoria da eficiência energética dos edifícios.

Este trabalho, que classificou de "disrutivo", visa posicionar a cidade como um produtor de energia renovável, quer através de projetos de autoconsumo quer estudando a forma de implementar futuras comunidades energéticas, envolvendo as novas gerações. Neste âmbito, o autarca deixou ainda mais uma achega: quando a STCP for, em toda a sua plenitude, uma empresa intermunicipal, "há novas possibilidades que se abrem".

O Porto tem já um caminho relevante em matéria energética, tendo sido pioneiro na transição para a mobilidade elétrica da sua frota automóvel com mais de 70% de eletrificação. Prepara-se para instalar 1MW (megawatt) de produção de energia fotovoltaica em 29 edifícios municipais, maioritariamente em escolas, no projeto Porto Solar, gerido pela empresa municipal Domus Social, seguindo o exemplo já dado pela Águas do Porto, que instalou na sua sede painéis fotovoltaicos. E tem neste momento a decorrer o concurso público internacional para o fornecimento e instalação de luminárias de tecnologia LED em toda a cidade, sintetizou, durante a cerimónia, Filipe Araújo, não só como vereador do Pelouro do Ambiente e Inovação, mas ainda na qualidade de presidente da AdEPorto.

Investimentos consideráveis que,  acrescentou Rui Moreira, refletem a "boa gestão" da Câmara do Porto que, no final do ano passado, alcançou dívida zero, "podendo agora ter capacidade de resposta perante os desafios que enfrentamos", observou.

No âmbito deste acordo, está igualmente prevista a criação de um Centro para a Transição Energética, local para o envolvimento do cidadão e restantes entidades, que permita a demonstração e apresentação das diversas iniciativas associadas a estes temas.

A EDP Distribuição, enquanto concessionária das linhas de alta, média e baixa tensão, tem apostado no desenvolvimento de redes inteligentes, visando responder aos novos desafios, nomeadamente de gestão eficiente de fluxos de energia e de informação com clientes e mercado, salvaguardando os elevados padrões de qualidade de serviço que tem pautado a sua atuação. Disso é exemplo, a instalação de mais de 2,8 milhões de equipamentos de medição inteligente e sistemas de suporte, bem como a substituição, em todo o país, de mais de 650 mil luminárias convencionais por LED.