Cultura

Câmara do Porto lamenta a morte de Ana Luísa Amaral

  • Porto.

  • Notícia

    Notícia

mno_Ana_Luisa_Amaral_site.jpg

Miguel Nogueira

Ana Luísa Amaral, uma das mais notáveis poetas, tradutoras e académicas portuguesas, morreu neste sábado aos 66 anos. O Município do Porto lamenta a partida da autora, que será homenageada e figura central na Feira do Livro do Porto.

Com uma extensa e reconhecida obra como poeta, no plano nacional e internacional, Ana Luísa Amaral foi galardoada em 2021 com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana.

O nome de Ana Luísa Amaral foi o escolhido pela organização da Feira do Livro para ser homenageado na edição de 2022 do certame literário. Num vasto programa pensado em torno do trabalho da autora, destaca-se o descerramento da tília de homenagem, às 15 horas do dia 27 de agosto.

Em 2016, o município havia honrado a autora com a medalha da cidade. “Agora ficará ligada a uma das tílias dos jardins do Palácio de Cristal. É a forma de a cidade a homenagear para sempre”, congratulou-se o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, na conferência de imprensa que serviu para apresentar os traços gerais da programação da Feira do Livro do Porto 2022.

Nessa ocasião, na última intervenção pública que teve, há pouco mais de uma semana, Ana Luísa Amaral não deixou de confessar ter “muita pena” que Rui Moreira esteja a cumprir o último mandato como presidente da Câmara do Porto. “Do ponto de vista do que mais me interessa, da cultura, o nosso presidente tem feito imenso. Não estou a dizer isto só porque agora aconteceu este convite, não tem nada a ver com isso. Tem a ver com a Feira do Livro, por exemplo. Toda a gente se lembra quando a Feira do Livro era na rotunda da Boavista, tudo disperso, de qualquer maneira”, recordou.

“A Feira do Livro tornou-se uma referência muito importante em Portugal. De alguma maneira, espalhou-se pelo país e internacionalizou-se”, sublinhou Ana Luísa Amaral.

Nascida em Lisboa, Ana Luísa Amaral abraçou a vida no norte e admitiu, na mesma ocasião, sentir o Porto como a sua cidade: “Eu nasci em Lisboa, cresci em Sintra, vim para o norte e ao início detestei. Mas o Porto, neste momento, é a minha cidade. É a cidade que me acolheu, uma cidade maravilhosa.”

Em junho havia sido publicada a antologia poética “O Olhar Diagonal das Coisas”, editada pela Assírio & Alvim, que reúne os 17 livros de poemas assinados até aqui por Ana Luísa Amaral, que inclui obras desde “Minha Senhora de Quê” (editado em 1990) até ao mais recente “Mundo” (lançado no ano passado).

O velório de Ana Luísa Amaral irá decorrer hoje, sábado, a partir das 17 horas na Capela do Corpo Santo, em Leça. O funeral realiza-se amanhã, domingo, às 11h15 no Tanatório de Matosinhos.