Mobilidade

Projeto-piloto na R. Guerra Junqueiro

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A Câmara do Porto iniciou a partir de hoje na Rua Guerra Junqueiro um projeto-piloto com lugares de paragem rápida junto às escolas daquela artéria, com o intuito de depois o alargar a outras zonas da cidade e incluir transporte escolar.

A vereadora da Mobilidade, Cristina Pimentel, adiantou que começaram já esta madrugada os trabalhos de sinalização com vista à "diminuição de pontos de conflito" daquela rua, nomeadamente devido aos estacionamentos em segunda fila dos pais dos mais de 850 alunos das três escolas que ali se concentram.

As "medidas estruturais" para melhorar a circulação em Guerra Junqueiro, uma perpendicular à Avenida da Boavista, passam pela "criação de lugares de estacionamento de curta duração" - dez minutos - e pela criação de "sentido único na rua Monsenhor Fonseca Soares".

Nesta artéria, a circulação vai passar a ser permitida apenas no "sentido descendente", ou seja, do supermercado que ali existe até à Rua Guerra Junqueiro.

Além disso, foi reforçada a sinalização horizontal e vertical existente, colocada sinalização LED nas travessias pedonais junto aos cruzamentos com a Rua Dr. José Figueiredo e Rua de Feliciano Castilho, entre outras medidas com vista à redução e prevenção da sinistralidade.

A ação infraestrutural da autarquia na Rua Guerra Junqueiro vai ser acompanhada de outras medidas designadas de "leves", desenvolvidas em articulação com as escolas, nomeadamente com o Colégio Alemão, que fez um inquérito de mobilidade junto dos pais.

Esse questionário revelou que "89% dos alunos vão de carro e que, desses 89%, 36% vivem a menos de três quilómetros da escola", revelou Cristina Pimentel.

Aquele estabelecimento de ensino vai também promover, junto das crianças e dos pais, a criação de um sistema de "carros partilhados" e de uso de modos suaves de transporte (pedonal, ciclável, transportes públicos). A escola vai ainda divulgar "mapas com os melhores percursos pedonais" a fazer nas deslocações naquela zona.

De acordo com Cristina Pimentel, "este é um primeiro projeto-piloto para começar, gradualmente, a alargar a outras zonas da cidade".

"Temos plena consciência de que este tipo de programas tem de ser alargado, por exemplo junto ao Fontes Pereira de Melo, ao Colégio das Escravas, junto ao Marquês e à Rua da Boavista", afirmou.

A área das escolas Secundárias Fontes Pereira de Melo e Clara de Resende, junto ao Bessa, poderá vir ser a próxima abrangida, uma vez que "tem também uma grande concentração de estabelecimentos de ensino e uma oferta de transportes públicos desarticulada com esse fenómeno".

A experiência na Rua Guerra Junqueiro é, também, para ser acompanhada de um projeto de "transporte escolar naquela zona", que a Câmara está a pensar implementar já a partir do próximo ano letivo e envolvendo a Escola Básica (EB) 1 João de Deus.

Segundo Cristina Pimentel, o objetivo da autarquia é "criar pontos de entrega das crianças mais próximos das suas residências", de modo a evitar a concentração de automóveis junto às zonas escolares. "O transporte escolar não existe e é um dos maiores problemas que temos em termos de gestão de tráfico", afirmou a vereadora.

Cristina Pimentel alerta que o fenómeno de levar as crianças às escolas de automóvel "tem vindo a crescer gradualmente" e que "estudos comprovam que este aumento de viagens representa cerca de quatro viagens por dia". "Em hora de ponta, esta mobilidade junto às escolas representa 20% do tráfego na cidade", vincou.

"O problema tem de ser resolvido a vários níveis, porque quando o tráfego aumenta, cresce a sinistralidade e os conflitos", explicou a responsável pela Mobilidade da Câmara do Porto.