Proteção Civil

Câmara do Porto é finalista do Prémio de Políticas Públicas pela deteção precoce de Covid-19 em lares

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Miguel Nogueira

A Câmara do Porto é uma das cinco finalistas do Prémio IPPS-Iscte Políticas Públicas. A distinção resulta do projeto “Programa municipal de deteção precoce de Covid-19 em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas da cidade do Porto”, que viabilizou rastreios para a deteção da Covid-19 a todos os utentes e funcionários dos lares do Município. Os vencedores vão ser conhecidos no dia 20 de novembro, numa cerimónia online.

O Município do Porto é um dos cinco finalistas na categoria “Administração Local” do Prémio IPPS-Iscte Políticas Públicas 2020, graças ao projeto “Programa municipal de deteção precoce de Covid-19 em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas da cidade do Porto”, apresentado em maio, por Rui Moreira.

O programa agora a concurso foi o primeiro implementado em Portugal dentro destes moldes e o único no país com trabalho de campo realizado logo no mês de março. Coordenado pela autarquia, pautou-se pela organização em rede do rastreio para a deteção do novo coronavírus a todos os utentes e funcionários de todos os lares (licenciados ou não licenciados) do município, tendo o processo obtido a validação científica do Centro Hospitalar de São João.

A iniciativa não se ficou por aqui. Contemplava também a disponibilização prévia de soluções de retaguarda para promoção da separação sistemática de positivos e negativos em locais limpos e preparados. Tudo com a devida assistência médica, de enfermagem, de pessoal especializado, alimentação, segurança e os demais requisitos próprios das Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas – ERPI com padrões de cuidado elevado.

Durante a primeira vaga, os milhares de kits de análise Covid-19 PCR, quando ainda eram escassos, foram disponibilizados por um donativo da Fundação Fosun e Gestifute ao Município do Porto, que contou com o apoio dos profissionais do Agrupamento de Centros de Saúde Porto Oriental e Agrupamento de Centros de Saúde Porto Ocidental para a recolha das amostras.

Já o suporte laboratorial foi assegurado pelo Centro Hospitalar Universitário de São João, pelo Centro Hospitalar Universitário do Porto e pelo Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho, sendo que todo o processo foi acompanhado pela Autoridade de Saúde Local.

O transporte de utentes e as ações de descontaminação necessárias foram garantidos pelo Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, e a Movijovem disponibilizou a Pousada da Juventude para estrutura residencial temporária de retaguarda que foi montada, pelo Município do Porto, para separação de pessoas idosas negativas, cuja proteção não estivesse salvaguardada na ERPI de origem.

O Prémio IPPS-Iscte Políticas Públicas, organizado pelo Iscte – Instituto Universitário de Lisboa e pelo seu Instituto de Políticas Públicas e Sociais, distingue as melhores práticas de administração pública em Portugal, tendo uma categoria para projetos da administração central e outra categoria para projetos municipais. Para além do projeto do Porto, também os municípios de Cascais, Loures, Barreiro e Matosinhos fazem parte da lista dos finalistas.

“Pretendemos dar a conhecer as melhores práticas implementadas no nosso país e, ao mesmo tempo, reconhecer e valorizar o bom trabalho que está a ser feito e que pode ser replicado por outros organismos”, sublinha Ricardo Paes Mamede, presidente do IPPS - Instituto para as Políticas Públicas e Sociais do Iscte, em comunicado. “Só com uma execução de medidas muito eficientes iremos conseguir reduzir os efeitos catastróficos que a pandemia trouxe, e continuará a trazer, em termos económicos, sociais, educativos e culturais”, conclui o dirigente.

Nesta 2ª. edição, o Prémio IPSS – Iscte Políticas Públicas contemplou duas categorias: “Administração Local” (câmaras municipais e juntas de freguesia) e “Departamentos da Administração Central do Estado e de Institutos Públicos”.

O júri, presidido por Maria Asensio, professora do Iscte, avaliou nesta edição um total 75 candidaturas.