Ambiente

Brigada #AmaroMar entra em ação para viver(mos) num mundo mais limpo

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A lição está mais do que aprendida, mas nada como pôr mãos à obra. E o pé na areia. Cerca de um milhar de crianças e jovens de 20 Eco-Escolas do Porto vão calçar as luvas, pegar nos sacos com as cores cujo significado já todos conhecem e recolher o lixo das praias da cidade, um desafio da ação “Praia sem Plásticos”, promovida pela Câmara. Serão perto de mil, mas, se não conseguirem contagiar mais pessoas para a brigada #AmaroMar, mil serão sempre poucos.

“Só queremos que o mundo não acabe, com tanta poluição”, sublinha Iris Gonçalves. Aos dez anos, a aluna do Agrupamento de Escolas Pêro Vaz de Caminha passou a manhã de terça-feira a percorrer cada centímetro da Praia do Ourigo à procura de tudo o que ali não fazia parte da natureza marinha: plásticos, lenços de papel, objetos cortantes, muitas beatas de cigarros.

“Há muito mais lixo do que esperávamos”, assume a colega, Marta Gomes. Até porque, quem caminha lá no alto, no passeio, nem se apercebe dos pequenos resíduos que se confundem com a areia e os pequenos paus.

Preocupadas com os microplásticos “que os peixes comem e depois nos põem doentes”, as alunas arregaçam as mangas para um trabalho que, dizem, é da responsabilidade de todos. “Há algumas pessoas que, realmente, se preocupam, mas há outras que desvalorizam e são essas que mais poluem”, considera Mariana Vitória.

Ao longo de dois dias (a próxima ação acontece a 11 de maio), alunos do ensino básico ao superior são envolvidos em atividades de recolha, interpretação, registo e monitorização dos resíduos nas praias da cidade, “para todos perceberem a quantidade de lixo que anda nas praias”, afirma a professora coordenadora, Patrícia Gonçalves.

Antes de porem os pés no areal, os alunos tiveram, dentro da sala de aula, uma sessão explicativa e de alerta para a temática. Recolhido o lixo, é-lhes proposto que façam agora trabalhos com base na realidade que encontraram e que contribuam para o debate e o envolvimento da comunidade. E há prémios para a criatividade. “Mas isso não é o mais importante”, sublinha a professora.

Nas palavras de Patrícia Gonçalves, “o mais importante será contagiar todas as pessoas que por aqui passam e veem esta ação a decorrer”. “Enquanto eles estavam a recolher lixo, havia pessoas, que não eram da escola, que também colaboraram e que vieram ter connosco e também recolheram porque viram estes alunos a fazer esta boa ação”, acrescenta a docente.

A iniciativa “Praia sem Plásticos” é organizada pelo Departamento Municipal de Planeamento e Gestão Ambiental, em articulação com a Águas e Energia do Porto, a Porto Ambiente, o Regimento de Sapadores Bombeiros e a Polícia Municipal e faz parte de um plano de ação desenvolvido pelas Eco-Escolas ao longo do ano.

Esta é uma atividade que o Município já desenvolveu em 2022, altura em que, em apenas uma manhã, cerca de 400 alunos conseguiram recolher quase 30 quilos de resíduos. Faz parte de um trabalho mais vasto de sensibilização e educação para a sustentabilidade ambiental, que complementa a ação permanente, ao longo de todo o ano, de limpeza das praias, competência assegurada pela Porto Ambiente.

Em outubro do ano passado, e face ao aumento do número de escolas manifestou a intenção de se inscreverem no programa Eco-Escolas 2022/2023, o Município do Porto decidiu aumentar de 30 para 45 o número de estabelecimentos a apoiar com o pagamento da inscrição.