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Boletim Económico mostra um Porto em crescimento em áreas como a educação, transportes e investimento

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Filipa Brito

O desemprego no Porto desceu no ano passado, ao mesmo tempo que diminuiu, também, o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI). Por outro lado, os estabelecimentos de ensino superior assistiram a um aumento de alunos inscritos, sendo o concelho da Área Metropolitana com maior percentagem de população residente com este nível de formação. Estas são apenas algumas das conclusões que constam do Boletim Económico de 2022 e que se encontram disponíveis para consulta online.

O documento destaca o desempenho da cidade em matéria de apoios sociais, saúde, educação, mobilidade, habitação e desenvolvimento sustentável.

De acordo com os dados recolhidos, é possível contatar que os 6,4% da população residente que, em 2021, beneficiava do RSI correspondem à proporção mais baixa dos últimos anos, confirmando a tendência de descida.

Quando comparado com outras cidades da Área Metropolitana, o Porto possuía a menor proporção de beneficiários de abono de família face à sua população residente (5.8%). Em 2022, a média de desempregados inscritos nos centros de emprego era de 10.504 (face aos 12.596 do ano anterior).

Em matéria de saúde, destaque para o número de médicos e enfermeiros por mil habitantes nos hospitais, que, apesar do “ligeiro decréscimo face à evolução positiva verificada nos anos antecedentes”, em 2021 se mantinha “significativamente acima da média nacional”: 22.2 contra 5.7 médicos e 29.8 contra 7.8 no caso dos enfermeiros.

Do Boletim Económico consta, ainda, a evolução positiva relativa ao número médio de alunos inscritos em estabelecimentos de ensino superior no Porto. A tendência “demonstra a atratividade crescente das instituições portuenses para a frequência deste nível de escolaridade”.

Em 2022, 15.300 alunos terminaram aqui os seus cursos superiores, representando 17,1% do número total de diplomados em Portugal. A estes números, junta-se a proporção de população residente com idade entre os 30 e os 34 anos que possui ensino superior – 58,4% – que é a mais elevada da Área Metropolitana.

Investimento direto estrangeiro sempre em crescendo

No campo da mobilidade, destaque para o tráfego no Aeroporto Francisco Sá Carneiro que representou 23,6% de voos internacionais com origem e destino no país, enquanto o tráfego nacional teve um peso de 16,3%.

Em 2022, as cargas embarcadas e desembarcadas no aeroporto do Porto representaram 18.3% e 18.8%, respetivamente, do movimento total de mercadorias nos aeroportos do país.

Nos últimos três anos, o número de passageiros no sistema metropolitano do Porto tem apresentado um crescimento positivo, embora ainda se situe abaixo dos valores registados antes da pandemia, refletindo “mudanças de comportamentos do mercado de trabalho e a adoção do trabalho remoto”.

Em matéria de imobiliário e habitação, o Boletim Económico informa que, em 2021, foram transacionados 6.996 fogos no Porto, num total de 2,1 mil milhões de euros. Dos 133.352 alojamentos familiares existentes na cidade, 76,6% destinavam-se a residência habitual, 15,2% encontravam-se desabitados e 8,2% foram classificados como residência secundária.

De 2021 para 2022, a cidade assistiu a um aumento de 67,9% do investimento direto estrangeiro, representando cerca de 600 milhões de euros. No ano passado, esses projetos foram responsáveis pela criação de 2.690 novos postos de trabalho na cidade. Em crescendo – mais 19,7% – estava também o número de empresas criadas.

Relatório assume-se como base para tomada de decisões

A nova ferramenta disponibilizada pelo Município visa refletir o desenvolvimento económico da cidade, potencia aos munícipes e demais protagonistas uma perspetiva gráfica e intuitiva dos principais indicadores socioeconómicos.

Nas palavras do vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo, o Boletim Económico do Porto “marca um momento relevante para a relação da gestão da cidade com a própria cidade no que diz respeito à capacidade de gerar um sistema de informação transparente, assente em fontes credíveis e capaz de a transmitir de forma clara, simples e bastante intuitiva”.

“Uma cidade sem informação é apenas um local sem vida, sem narrativa, sem história e sobretudo sem capacidade de tomar nas suas mãos as decisões que lhe permitem moldar o seu futuro”, sublinha Ricardo Valente.

O relatório assume-se como uma base de análise de tomada de decisões por parte de todos os que têm uma relação com o Porto, sejam moradores, trabalhadores, investidores ou empresários.