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Boa Viagem. Douro. Ferreirinha. Já todos podem batizar a nova ponte

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Boa Viagem. Douro. Ferreirinha. Boa Passagem. União. Engenheiro Joaquim Sarmento. Um destes será o nome da nova ponte a ligar as margens do Rio Douro. Período de votação para batizar a estrutura por onde vai passar a Linha Rubi do metro está aberto até 6 de maio e todos podem participar na escolha. Decisão é revelada a 2 de junho.

E como, à partida, os nomes ficam para sempre, a comissão de seleção - composta pelos historiadores Amândio Barros e Hélder Pacheco, pelo jornalista e investigador do património Germano Silva, pelo engenheiro civil Humberto Varum e pelo músico Rui Veloso – explica o porquê destas escolhas.

A primeira sugestão – “Ponte da Boa Viagem” é “um apelo à tradição marítima e à forte ligação ao mar das gentes que vivem nas duas margens do Douro”. A comissão sublinha que a futura linha de metro passará junto da capela, em Massarelos, com o mesmo nome, onde “os homens do mar prestavam culto”.

“Além de inspirar os nomes de muitos navios de armadores do Porto e de Gaia, desde a Idade Média, era ponto de romagem dos mareantes no fim de viagens atribuladas, que a demandavam, descalços, e acompanhados pelos familiares, oferecendo à padroeira, a Nossa Senhora da Boa Viagem, a vela grande do navio”, acrescenta.

O nome “Ponte Douro” será de associação mais imediata. O Douro, denota a comissão “é o que separa e, ao mesmo tempo, liga as duas margens. É o grande elemento unificador. É aquele com que se identificam as comunidades de ambos os lados do rio, que determinou as suas vidas e a ‘identidade destas terras’”.

Dona Antónia Adelaide Ferreira, “figura marcante do Douro”, foi um “elemento unificador não apenas da zona Porto-Gaia (casa e caves, respetivamente), mas também de todo o Douro, incluindo a sua história, e do vinho do Porto”. Daí a sugestão para batizar a estrutura como “Ponte da Ferreirinha”.

Em homenagem ao cruzeiro do Senhor da Boa Passagem, que ainda se encontra na margem de Vila Nova de Gaia, e no local onde ficava o pelourinho destruído pela grande cheia de 1909, o grupo de trabalho propõe chamar à estrutura que ligará, por metro, o Campo Alegre e à Arrábida, “Ponte da Boa Passagem”.

“Apesar de se referir a "outra passagem", a da vida terrena para a vida eterna, identifica-se, também, com a própria passagem do rio, secularmente assegurada por um serviço de barcas, tão característico destas terras”, acrescenta a comissão.

E porque é para isso que servem as pontes, “Ponte da União” é a quinta sugestão, uma forma de celebrar a “união secular entre as duas cidades” e as “ligações que o tempo tem aprofundado, a unidade entre as duas margens, a unidade entre as gentes que as preencheram”.

Por fim, a comissão dá a possibilidade de batizar a estrutura em homenagem a “um dos nomes mais prestigiados da engenharia portuguesa”, autor do antigo Estádio das Antas, das igrejas do Carvalhido e das Antas, e dos mercados de Matosinhos e Bom Sucesso. “Ponte Engenheiro Joaquim Sarmento” celebra o primeiro português a receber o Prémio Leonardo da Vinci.

A votação está aberta, durante 30 dias, na página do Jornal de Notícias.

A iniciativa de permitir a participação de todas as pessoas na escolha do nome da sétima ponte sobre o Rio Douro partiu dos municípios do Porto e Vila Nova de Gaia, do Ministério do Ambiente (que tutela a Metro do Porto) e do Jornal de Notícias.