Cultura

Bicentenário da independência do Brasil assinalado no Porto com programa cultural diverso

  • Porto.

  • Notícia

    Notícia

gco_assinatura_protocolo_coracao_dpedroiv_2022_25.jpg

Guilherme Costa Oliveira

O programa desenhado pela Câmara do Porto para assinalar o bicentenário da independência do Brasil arranca na próxima madrugada, com a projeção das cores da bandeira brasileira no edifício dos Paços do Concelho.

Esta iluminação especial vai manter-se durante 24 horas, durando todo o dia de quarta-feira, 7 de setembro, a data em que se comemora a independência do Brasil. Na mesma data, pelas 18 horas, no Instituto Pernambuco Porto Brasil, realiza-se o debate “Desafios sociais”, integrado no Fórum Independência com Integração.

Coração de D. Pedro novamente em exposição

Com regresso ao Porto agendado para sexta-feira, 9 de setembro, o coração de D. Pedro estará novamente exposto no Salão Nobre da Irmandade da Lapa, no sábado e no domingo, culminando com a cerimónia da guarda, às 16h30, na Igreja da Lapa. Esta cerimónia terá um apontamento musical no Monumental Órgão de Tubos, com interpretação de obras de J. S. Bach, Marcos Portugal e D. Pedro IV.

A relíquia que o monarca deixou à cidade viajou para o Brasil em agosto, tendo sido recebida em Brasília com honras de chefe de Estado. O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e o comandante da Polícia Municipal, superintendente António Leitão da Silva, entregaram o coração de D. Pedro em mãos ao Presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro.

A viagem do coração de D. Pedro para o Brasil teve eco na imprensa internacional. Foi a primeira vez que a herança deixada pelo monarca ao Porto saiu da Invicta, desde que, há 187 anos, D. Pedro ofereceu o coração à cidade que lutou ao seu lado durante a guerra contra o absolutismo.

Exposições, música e livros

Entre sábado, 10 de setembro, e segunda-feira, dia 12, decorrerá, na sala de exposições da Irmandade da Lapa, a mostra “D. Pedro IV: Um coração, uma vontade”, num calendário que assinalará, também, a morte do monarca, a 24 de setembro, com o Coro Polifónico da Lapa, Banda do Exército (destacamento do Porto) e Filipe Veríssimo (órgão), sob direção do Capitão Artur Cardoso, com interpretação de obras de Wagner, Caccini, Elgar, Gregson e D. Pedro IV.

O nascimento de D. Pedro, a 12 de outubro, figura também no programa cultural com nova atuação do Coro Polifónico da Lapa e da Orquestra D. Pedro IV, sob direção de Filipe Veríssimo, interpretando obras de Marcos Portugal e D. Pedro IV.

Pelo meio, de 23 a 25, decorrerá o Festival MIMO e em novembro serão apresentados dois livros, terminando o ano com a exposição “Pedro, a independência do Brasil e o Porto”, que inaugura a 1 de dezembro e se estende até 31 de março de 2023.

“Procuramos [ter] uma programação o mais multifacetada possível, não podia ser apenas um lado da história, não podia ser o Brasil visto apenas de Portugal, tinha de ser também a presença do Brasil aqui”, indicou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, citado pela agência Lusa.

Lembrando a “ligação histórica (...) muito relevante da cidade do Porto ao Brasil, não apenas através de D. Pedro”, mas também daqueles que vivendo na zona do Porto “emigraram para o Brasil”, o autarca sublinhou que o objetivo foi conseguir “um enquadramento adequado”.

“Baseamos isto na Cultura. Não pode haver aqui uma relação de tutela (...). O importante é que são 200 anos de uma celebração entre dois povos adultos, duas democracias e, nesse sentido, procuramos essa diversidade”, concluiu.

Consulte a programação completa das comemorações do bicentenário da independência do Brasil.