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Batalha exibe retrospetiva dedicada ao pioneiro Zacharias Kunuk

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De 11 a 26 de março, o Batalha Centro de Cinema dedica uma retrospetiva à obra do realizador, artista e caçador indígena Zacharias Kunuk. Pioneiro na realização de cinema inteiramente falado na língua inuíte, Kunuk explica as tradições desta cultura e especula sobre os seus ritos e mitologia no tempo atual.

A retrospetiva arranca no sábado, 11 de março, às 17h15, com a apresentação de “The Searchers” (1956), clássico western de John Ford protagonizado por John Wayne. O filme foi adaptado livremente por Kunuk, em 2016, em “Searchers”, exibido no mesmo dia às 21h15.

Nesta versão, corealizada por Natar Ungalaa, Kunuk prescinde do tema de relações raciais do original, focando-se numa narrativa de violência e redenção situada no território gelado de Nunavut, a norte do Canadá. “Searchers” — a versão de Kunuk — repete a 26 de março, às 17h15.

No sábado seguinte, a 18 de março, “One Day in the Life of Noah Piugattuk” (2019) é exibido às 17h15.

O filme, apresentado na Bienal de Veneza em 2019 pelo Pavilhão do Canadá, acompanha o choque cultural originado por um encontro, em 1961, entre o caçador e líder de comunidade Noah Piugattuk e um agente do governo canadiano.

Na semana seguinte, à mesma hora, é exibido o primeiro filme de Zacharias Kunuk, “Atanarjuat: The Fast Runner” (2001).

Realizado na cidade natal do cineasta, em Igloolik, no Canadá, com um elenco inteiramente inuíte e falado apenas em inuctitute, o épico é uma interpretação de um mito da tradição oral.

O protagonista é injustamente acusado de um crime e expulso da comunidade, à qual só conseguirá voltar se derrotar o xamã. O filme estreou no Festival de Cannes, onde foi distinguido com o prémio Caméra d’Or.

A retrospetiva dedicada a Zacharias Kunuk inclui também uma sessão para famílias.

No sábado, 18 de março, às 15h15, é apresentada uma seleção de curtas-metragens em torno da figura do xamã, que, na comunidade inuíte, assume o papel de conselheiro e de curandeiro.

A sessão inclui “O Aprendiz de Xamã” (2020), um trabalho de animação realizado por Kunuk, “Qalupalik” (2010), de Ame Papatsie, uma adaptação de um conto tradicional inuíte, “Xamã” (2017), de Echo Henoche, uma animação produzida a partir de ilustrações da realizadora, que também desenvolve trabalho em joalharia tradicional inuíte, e “Como Construir um Iglu” (1949), curioso documentário de Douglas Wilkinson sobre como são construídas as casas de paredes de gelo.

Os bilhetes encontram-se à venda online e na bilheteira do Batalha Centro de Cinema.