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Batalha dedica retrospetiva à obra da cineasta sueca Mai Zetterling

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O Batalha Centro de Cinema apresenta a primeira retrospetiva em Portugal dedicada à obra da cineasta, atriz e argumentista sueca Mai Zetterling, entre 8 de junho e 15 de julho.

Ainda adolescente, Zetterling distinguiu-se no grande ecrã com “Torment” (1944), filme realizado por Alf Sjöberg e escrito pelo jovem Ingmar Bergman. Seria o primeiro de diversos êxitos de bilheteira por si (co)protagonizados — na sua Suécia natal, no Reino Unido, e em Hollywood.

Contudo, foi quando migrou para o outro lado das câmaras, nos anos 60, que Zetterling firmou a sua assinatura na história do cinema, realizando filmes ousados e transgressivos, que ainda hoje se revelam atuais. A sua obra gira em torno de protagonistas em busca do seu lugar no mundo e em confronto com o papel de género que lhes foi imposto, falando abertamente de sexualidade, erotismo, casamento, direitos reprodutivos e independência.

Nomeada para a Palma de Ouro no Festival de Cannes, a sua longa-metragem de estreia, “Loving Couples” gerou controvérsia por incluir nudez e cenas de sexo homossexual. A história repetiu-se com “Night Games” e “The Girls”, este último aclamado como obra-prima por Susan Sontag e Simone de Beauvoir.

A par do seu envolvimento com o movimento feminista, Zetterling continuou a realizar, ficção e não-ficção, para cinema e televisão, até aos anos 80, representando até ao final da sua vida.

No Batalha, serão apresentados filmes por si realizados ou protagonizados: “Amorosa” (1986); “Scrubbers” (1982); “The Girls” (1968), “Dr. Glas” (1968); “Night Games” (1966); “Loving Couples” (1964); “The War Game” (1962); “Music in Darkness” (1948), de Ingmar Bergman; “Frieda” (1947), de Basil Dearden; e “The Witches” (1990), de Nicolas Roeg, este último integrado na Sessão para Famílias de sábado, 10 de junho.