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Batalha Centro de Cinema dedica retrospetiva ao coletivo indígena COUSIN

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De quinta-feira a domingo, o Batalha Centro de Cinema apresenta a primeira retrospetiva na Europa dedicada ao trabalho do coletivo de cinema indígena COUSIN. O programa, que contará com a presença de membros do coletivo norte-americano, inclui sessões de cinema, um live act e uma performance.

Criado em 2018, o coletivo é composto por artistas e cineastas descendentes de povos indígenas norte-americanos e vincula-se ao apoio, sob múltiplas formas, ao cinema desenvolvido por pessoas que trabalham esse legado cultural.

Tem como missão “construir um movimento de cinema indígena” e tanto os seus membros fundadores – Sky Hopinka, Adam Khalil, Alexandra Lazarowich e Adam Piron – como outras pessoas que nele participaram ao longo dos últimos anos têm alcançado visibilidade e aclamação crítica em alguns dos principais museus, espaços de arte e festivais de cinema internacionais.

Em diálogo com a equipa artística do Batalha, apresenta uma parte importante do seu trabalho, procurando, ao longo de quatro dias, ilustrar a vitalidade de projetos fílmicos que cruzam diversos tipos de cinema.

O programa tem início na quinta-feira, 12 de janeiro, às 21h15, com a apresentação de três filmes produzidos nos últimos anos: “Kicking the Clouds” (2021), de Sky Hopinka, “Maat” (2020), de Fox Maxy (Prémio Ammodo Tiger Short em Roterdão) – ambos em estreia em Portugal – e “Nosferasta: First Bite” (2021), de Adam Khalil e Bayley Sweitzer, vencedor da Ammodo Tiger Short Competition em Roterdão.

No dia seguinte, entre as 18h30 e as 22h45, serão apresentadas em versão instalada no bar, com entrada gratuita, curtas-metragens que combinam obras fílmicas de membros e amigos de COUSIN e em que o cinema se cruza com outras artes em 16 histórias indígenas contemporâneas, vibrantes e com diversas linguagens.

A 14 de janeiro, sábado, às 17h15, é apresentada “maɬni – towards the ocean, towards the shore” (2020). Esta é a primeira longa-metragem do artista e cineasta Sky Hopinka, distinguido em 2022 com um “Genius Grants” da Fundação Macarthur.

Esta obra é um olhar poético sobre o mito da morte da comunidade nativo-americana Chinookan, no noroeste dos Estados Unidos. Depois do filme, três membros de COUSIN – Sky Hopinka, Adam Piron e Kite – participam numa conversa moderada pelo curador Julian Ross.

Em “Ste. Anne” (2021), de Rhayne Vermette, agendada para as 17h15 de domingo, 15 de janeiro, acompanhamos a história de Renée, que regressa à terra natal para se reconectar com a família.

Protagonizado pela realizadora e por alguns membros da sua família, o filme, que passou por festivais como a Berlinale e o TIFF (Toronto), apresenta delicados fragmentos do quotidiano da comunidade indígena Métis, na zona rural de Manitoba, no Canadá.

Além das sessões de cinema, o ciclo dedicado a COUSIN inclui também um live act de Kite, artista visual e performativa e compositora oriunda da comunidade indígena Lakota, que decorrerá na sexta-feira, às 23h; e a performance de Sky Hopinka, “American Traditional War Songs”, no sábado, às 22h, que explora as constantes mudanças da relação entre língua e terra natal ao longo da história dos nativos americanos.

O ciclo dedicado a COUSIN abre o programa Coletivos, focado em experiências coletivas de realização e produção de cinema, desde os anos 70 até aos nossos dias.

Até julho, o Batalha apresenta também a obra de Yugantar Film Collective, o primeiro coletivo de cinema indiano fundado e constituído exclusivamente por mulheres, e The Zanzibar Group, formado por jovens artistas em Paris no final dos anos 60.