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Batalha apresenta obras de coletivo indiano feminista dos anos 80

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No domingo, 19 de março, o Batalha Centro de Cinema apresenta a obra integral de Yugantar Film Collective, com a presença de Deepa Dhanraj, uma das fundadoras.

O pioneiro e influente Yugantar, de Bangalore, foi o primeiro coletivo de cinema indiano fundado e constituído, exclusivamente, por mulheres: Deepa Dhanraj, Abha Bhaiya, Navroze Contractor e Meera Rao.

Marcadamente feminista, iniciou em 1980, momento em que a Índia ultrapassava um período de transformação política, um trabalho cooperativo e ativista de realização de quatro filmes que tratam a condição social, política e económica de mulheres, abordando o seu estatuto subalterno na sociedade.

Filmada em contexto laboral ou familiar, a obra do coletivo versa sobre as camadas e subtilezas da violência física e emocional infligida à mulher trabalhadora indiana e oferece um registo do processo de ganho de consciência política e de luta coletiva por mais e melhores condições.

Experiências coletivas em destaque

No Batalha, será apresentada a filmografia restaurada do grupo em duas sessões. Às 17h15, é exibida "As Women See It", curta-metragem sobre Sudesha, uma camponesa residente nas montanhas dos Himalaias que mobilizou as mulheres da sua região para protegerem a floresta dos comerciantes de madeira.

Após a exibição do filme, Deepa Dhanraj participa numa conversa sobre o contexto político e prática fílmica do coletivo, moderada por Jemma Desai. A entrada é gratuita mediante levantamento de bilhete, a partir das 11h00.

Às 19h15, são apresentados os restantes três filmes do coletivo: o documentário "Maid Servant", que acompanha um conjunto de trabalhadoras domésticas na luta pelos seus direitos, "Tobacco Embers", que documenta um dos maiores movimentos de trabalho não organizado dos anos 80 na Índia, e "Is This Just a Story?", um retrato de uma mulher sufocada pela violência e misoginia no seu próprio lar.

A retrospetiva da obra de Yugantar Film Collective está inserida no programa "Coletivos", focado em experiências coletivas de realização e produção de cinema, desde os anos 70 até aos nossos dias.

Segue-se, em julho, The Zanzibar Group, formado por jovens artistas em Paris no final dos anos 60, entre os quais Philippe Garrel.