Cultura

Batalha apresenta o melhor da história do cinema contado em três filmes

  • Porto.

  • Notícia

    Notícia

gco_matine_classica_berlim_sinfonia_de_uma_icade_2023_15.jpg

Guilherme Costa Oliveira

Entre os destaques do programa para este fim de semana no Batalha Centro de Cinema encontram-se clássicos da sétima arte e filmes premiados, como “La noire de…”, de Ousmane Sembène, “Searchers”, de John Ford, e “Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles”, de Chantal Akerman.

“La noire de…” (1966), do senegalês Ousmane Sembène, é exibido já nesta sexta-feira, às 21h15. Considerado um marco do cinema africano, o filme conta a história de Diouana, uma jovem que deambula por Dacar todos os dias à procura de trabalho. Quando uma mulher francesa branca a contrata como ama, a oportunidade de mudar-se para França é vista como um sonho tornado realidade. Mas na Europa, a contínua agressão e violência emocional dos franceses acabam por evidenciar a extensão do racismo e a perpetuação das relações de poder coloniais — que aqui são veiculadas no espaço doméstico.

Este sábado, 11 de março, é apresentado, às 17h15, “The Searchers” (1956), clássico de John Ford protagonizado por John Wayne, Natalie Wood e Ward Bond. Neste western épico — considerado um dos melhores filmes alguma vez realizados — acompanhamos o regresso a casa de um veterano da guerra civil americana, marcado pela violência a que foi exposto. Pouco depois da sua chegada, depara-se com um massacre de colonos e parte numa demanda obcecada pelo salvamento de uma jovem sequestrada por nativos americanos. O filme marca a abertura da retrospetiva que o Batalha dedica, até 26 de março, à obra do realizador, artista e caçador indígena Zacharias Kunuk.

“Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles”, de Chantal Akerman — eleito o melhor filme de todos os tempos na votação que a revista Sight & Sound publica a cada década — é apresentado no domingo, 12 de março, às 17h15. O filme, considerado a obra-prima de Akerman, acompanha três dias na vida de Jeanne Dielman, mulher e mãe. Interpretado brilhantemente pela atriz, realizadora e ativista Delphine Seyrig, Jeanne Dielman revela as rotinas diárias, o silêncio, o trabalho e o confinamento necessários à sobrevivência da protagonista numa das obras mais importantes do cinema feminista.