Cultura

Banco Interamericano de Desenvolvimento impulsiona diálogo sobre o papel das indústrias criativas nas cidades

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“A Cultura como agente do desenvolvimento das cidades / a marca da cidade” foi o mote para a participação do presidente da Câmara do Porto no II Diálogo Regional de Políticas de Indústrias Culturais e Criativas com enfoque intersectorial. Iniciativa promovida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento acontece em Lisboa e acontece em conjunto com o Fórum Ibero-Americano de ministros da Cultura.

Rui Moreira integrou o primeiro painel desta terça-feira, ao lado da delegada de Turismo, Cultura e Desporto da Junta de Andaluzia, em Málafa, Gemma del Corral Parra, e do especialista em Desenvolvimento Urbano e Habitação, Jesús Navarrete. Os três procuraram convergiram perspetivas sobre “O papel das Indústrias Culturais e Criativas nas cidades e no Turismo” e identificaram políticas com impacto no território em matéria de apoio a museus, festivais, gastronomia, à indústria audiovisual ou às artes cénicas e musicais.

“Como construir e promover um destino turístico e uma marca desde as indústrias culturais e as tecnologias digitais?”, “Que cenários são necessários para que as indústrias culturais e criativas fortaleçam a sua cadeia de valor nas cidades?” e “Quais os casos de êxito na Ibero América potenciadores do desenvolvimento local?” são algumas das questões para as quais os especialistas procuraram encontrar respostas.

O presidente da Câmara do Porto considerou que foi oferecida à cidade uma oportunidade de fomento deste setor quando se tornou Capital Europeia da Cultura, em 2001. Quando foi eleito, recorda, focou o programa do executivo em três eixos principais: a cultura, a coesão social e a criação de emprego.

Rui Moreira sublinhou a continuidade desta aposta, nomeadamente no fomento e apoio de empresas criativas. "Veja-se a Bienale de Design, que conta com a estreita colaboração de países europeus", referiu o autarca. Além disto, "destaca-se o incentivo na manutenção das lojas tradicionais" através do não pagamento de impostos aos estabelecimentos que mantenham o seu carácter histórico distintivo, pelo Porto de Tradição.

36 milhões de euros para a cultura em 2024

A par destas áreas, o presidente da Câmara salientou a importância da arquitetura da cidade, aliada à Faculdade de Arquitectura, "que tem vindo a contribuir para a competitividade notável do Porto neste sentido". Exemplo disso, refere, "é a arquitetura sustentável nos vários edifícios que estão a ser construídos".

Durante a sua intervenção, Rui Moreira antecipou, ainda, que a afetação de recursos do orçamento municipal na área da cultura para o ano de 2024 deverá atingir os cerca de 36 milhões de euros.

Recorde-se que, ainda recentemente, o jornal norte-americano The New York Times dedicou um artigo à “transformação de uma cidade calma e industrial num centro criativo vivaz”.

Este Diálogo Regional tem como objetivo identificar novas oportunidades de trabalho intersectorial, focado na cadeia de valor produtiva das Indústrias Culturais e Criativas e a sua interseção com outros setores para gerar um maior impacto na criação de emprego e inovação.

Durante dois dias, reúnem-se em Portugal ministros e chefes de delegação de Cultura da América Latina, assim como representantes de ministérios de Desenvolvimento Produtivo e económico, de Turismo, agências de inovação em torno de três temas-chave: “Cultura e Cidade”, “Inclusão e Diversidade nas Indústrias Culturais e Criativas” e “Ousar investir”.