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Assembleia Municipal aprova voto de pesar pelo falecimento de Fernando Aguiar-Branco

  • Isabel Moreira da Silva

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A Assembleia Municipal do Porto aprovou nesta segunda-feira, por unanimidade, um voto de pesar pela morte de Fernando Aguiar-Branco, advogado e presidente da Fundação Eng.º António de Almeida, que morreu aos 97 anos, no Porto. Notabilizou-se em vida pela dinamização cultural e cívica da cidade.

Os votos de pesar apresentados pelo movimento independente Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido e pelo Partido Socialista foram subscritos pelas demais forças políticas representadas na Assembleia Municipal, que reuniu ontem à tarde, numa sessão por videoconferência.

Compartilhando o reconhecimento da ação de Fernando Aguiar-Branco em prol da cidade do Porto nos planos cívico e cultural – e também no plano político – os dois votos de pesar, sucedidos por um minuto de silêncio, quiseram deixar “um testemunho de gratidão ao Homem de pensamento e de ação”, reconhecido pela “integridade exemplar do seu caráter”, e destacado também pela “sua enorme cultura e o seu compromisso com os mais elevados valores e princípios”.

Do movimento independente, a deputada municipal Isabel Ponce de Leão recordou o “espírito irrequieto” de Fernando Aguiar-Branco, que no seu percurso de vida “abraçou a res publica, tendo sido vereador da Câmara Municipal do Porto, entre 1972 e 1974, e deputado à Assembleia Nacional, como independente, nas listas da Acção Nacional Popular em 1973”.

Lembrou ainda o “jurista apaixonado pela advocacia”, o “timoneiro da afirmada e admirada Fundação Eng.º António de Almeida”, o “cultor e entusiasta da cultura” e o “político lutador pela democracia”.

Fundador da primeira sociedade de advogados fundada em Portugal, “granjeou enorme prestígio entre os seus colegas de profissão pela sua capacidade técnica e pela seriedade com que abraçou cada causa”, sublinhou, por seu turno, Gustavo Pimenta, deputado do PS.

Fernando Guilherme de Aguiar-Branco da Silva Neves nasceu em Coimbra, em 1923, mas ainda criança, aos 11 anos de idade, veio para o Porto. Regressaria à terra natal para cursar Direito, mas findo o seu percurso académico, regressou ao Porto, cidade que adotou como sua e onde morreu no passado dia 28 de dezembro.

Em 1969 esteve ligado à criação da Fundação Engenheiro António de Almeida, sendo presidente do seu Conselho de Administração desde 1973. “Na liderança desta instituição teve um papel essencial na dinamização da vida cultural e cívica da cidade ao longo das últimas décadas”, continuou o deputado municipal socialista.

Ao longo da sua vida, recebeu múltiplas condecorações e outras menções, entre as quais o grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique, a Medalha de Mérito – Grau Ouro – da Câmara Municipal do Porto, as Medalhas de Ouro e de Honra da Ordem dos Advogados, o doutoramento honoris causa em Filosofia pela Universidade de Coimbra, e condecorações de instituições públicas e universitárias de Israel, dos Estados Unidos da América, de Espanha e de Itália.