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Assembleia Municipal aprova voto de pesar pelo falecimento de Arnaldo Trindade

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A Assembleia Municipal do Porto aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, um voto de pesar pela morte do histórico editor de música Arnaldo Trindade, fundador da Orfeu, que morreu aos 89 anos. Ao voto de pesar, apresentado pelo movimento independente "Rui Moreira: Aqui Há Porto" associaram-se a maioria das forças políticas da Assembleia Municipal.

Destacando o percurso de Arnaldo Trindade, a deputada Maria Barbosa Ducharne, do movimento independente, destacou a fundação, em setembro de 1956, da editora Orfeu "que haveria de tornar-se numa referência no meio musical português, ao dar a conhecer a obra de alguns dos mais importantes artistas do seu tempo".

"Perante o acosso da PIDE e da censura, Arnaldo Trindade assume as suas escolhas programáticas, foi inclusivamente apelidado de 'empresário sem medo' por outra figura incontornável da música portuguesa, Avelino Tavares, o programador cultural e fundador da revista portuense Mundo da Canção, cujas páginas deram a conhecer a um público vasto o catálogo da Orfeu", salientou, apresentando as condolências à família e amigos.

Também a deputada socialista Fernanda Rodrigues destacou o "civismo e ativismo cultural" de Arnaldo Trindade.

Arnaldo Trindade morreu na segunda-feira aos 89 anos. O velório decorre hoje, a partir das 16h30, na Igreja de Cristo-Rei, e o funeral esta quarta-feira, pelas 10 horas.

Fundador da editora Orfeu, na década de 1950, comprou a Rádio Triunfo, e convidou "vários poetas e prosadores a gravarem os seus trabalhos, ditos pelos próprios: Miguel Torga, José Régio, Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Daniel Filipe, Aquilino Ribeiro", entre outros, como se pode ler na biografia publicada no livro de poesia "Jogos de Xadrez e da Vida", com que se estreou no género, em 2013.

Foi distinguido com a medalha municipal de mérito, pela Câmara Municipal do Porto, em 2012.