Ambiente

Assembleia Municipal aprova a instalação de luminárias LED em toda a cidade

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Filipa Brito

A Assembleia Municipal aprovou por unanimidade, na noite desta quinta-feira, substituir toda a iluminação pública por luzes LED. “A mudança é tão estrutural que muitas vezes nós próprios não nos damos conta”, assinalou na sessão o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo. Por ano, a cidade vai reduzir em 3.800 toneladas a emissão de CO2.

Se os ganhos são ambientais, a redução da fatura energética também tem um peso preponderante na equação. A decisão de adjudicar o fornecimento e execução de trabalhos de empreitada relativos à instalação das luminárias de tecnologia LED corresponde a um investimento municipal de cerca de 6,5 milhões de euros, que vai reverter a custo zero em menos de seis anos.

Na sessão extraordinária que decorreu na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (BMAG), o deputado municipal do BE Pedro Lourenço congratulou a Câmara do Porto pela decisão, tendo destacando a intervenção como “muito positiva”, por “procurar tornar energeticamente mais eficiente a iluminação pública da cidade”.

A medida, diz o Bloco de Esquerda, tem dois resultados práticos muito positivos: “uma redução anual de cerca de 42% de emissões relacionadas com a iluminação pública”, e ainda “uma poupança significativa nos custos", porque se prevê a recuperação do investimento “num prazo inferior a seis anos”.

Também o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, reconheceu que o investimento é, em primeiro lugar, “motivado pela eficiência energética”. Nesse aspeto, o responsável pelo pelouro da Inovação e Ambiente recordou que o trabalho já iniciou. “Devo recordar que, hoje, a energia que ilumina as nossas estradas, já provém 100% de energias renováveis”.

No debate ficou ainda manifesta a intenção de a cidade do Porto liderar, igualmente pelo exemplo, a redução da fatura energética dos edifícios.

Pedro Lourenço já o tinha referido e Filipe Araújo corroborou. “Quanto ao desafio de que o senhor deputado fala, devo dizer que na Região Norte o mix é mais ou menos um terço de energia para os transportes, um terço para os edifícios e um terço para a indústria”, em termos de emissões de gases poluentes.

“Na cidade do Porto, por sermos uma cidade densa, temos cerca de 50% dessa energia para os edifícios”. Nesta tarefa, o responsável assinala que o Município do Porto não pode avançar sozinho. “É um papel difícil que deve começar pelos grandes consumidores de energia – hospitais, universidades e escolas”.

A nível europeu, o tema está também na ordem do dia, havendo inclusive um pacote financeiro - “Renovation Wave” - adstrito para promover uma maior eficiência dos edifícios, informou Filipe Araújo.

Nesta particular, o Município do Porto já arrepiou caminho com a instalação de painéis fotovoltaicos em edifícios municipais, maioritariamente escolas, além do grande investimento que está a ser feito na cobertura verde do Terminal Intermodal de Campanhã, em construção.

A adjudicação das luminárias LED será feita a cinco empresas, vencedoras de dois ou mais lotes entre os 12 apresentados no concurso público internacional. São elas a Amener, Aramus, Sociedad Iberica de Construcciones Electricas (Sucursal em Portugal), I-Sete Inovação Soluções Económicas e Tecnologias Ecológicas e BMVIV.