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Assembleia aprova proposta do Executivo para avançar com uma ecopista no Ramal da Alfândega

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A Assembleia Municipal deu luz verde, na noite desta segunda-feira, à criação de uma ecopista no Ramal da Alfândega, que avança enquanto a cidade debate a solução definitiva para a antiga linha ferroviária desativada há mais de 30 anos. Entre as forças políticas de diferentes quadrantes, uma certeza comum: a Câmara faz bem em reativar o canal.

Qualquer que seja o destino final a dar ao Ramal da Alfândega "levará cerca de quatro anos" a executar, entre estudos e discussão pública, estimou o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, na Assembleia Municipal que, neste tempo, tem como casa o Teatro Rivoli.

Por isso, para evitar "mais tempo perdido para a população", a autarquia decidiu avançar com uma solução intermédia, que não comprometerá o debate que está a ser preparado com a sociedade civil e as forças vivas da cidade, garantiu o responsável do Pelouro da Inovação e Ambiente, que interveio em representação do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, ausente da sessão.

"A única coisa que vemos neste momento é crescer mato naquele local. Ficamos sedentos de uma solução", assinalou Filipe Araújo, que em troca recebeu o reconhecimento dos deputados municipais pelo facto da Câmara ter tomado a iniciativa de reativar uma linha parada desde 1989.

No local, é vontade do Município lançar o debate para a escolha de uma das seguintes soluções definitivas: um percurso pedonal e ciclável ou uma ligação rápida entre Campanhã e a Alfândega, através de um transporte pendular, confortável e elétrico.

Por enquanto, aprovada que está a solução provisória de uma ecopista, através da permissão da Assembleia Municipal para o contrato de subconcessão com a IP Património - Administração e Gestão Imobiliária, entidade pública que gere o Ramal da Alfândega, o vice-presidente da Câmara do Porto assegura que o percurso, de cerca de três quilómetros, "contará com vários acessos pedonais". Essas saídas vão beneficiar de um outro investimento municipal "de milhões de euros", feito ao longo dos últimos anos, na consolidação das escarpas em frente ao Rio Douro.

A solução, admitiu Filipe Araújo, pode ser "tática", mas não prejudica a discussão pública, como receava a CDU, sossegou. "Estamos perante um espaço que precisava de resgate há cerca de 30 anos. Já tínhamos expressado que havia várias hipóteses, mas o tempo não nos permite que esperemos por tudo para acontecer", acrescentou ainda.

Durante o debate, André Noronha, líder de bancada do grupo municipal Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido afirmou que o Ramal da Alfândega tem sido "objeto de um estudo profundo por parte do Município" e que todos estão de acordo em que o equipamento seja devolvido à cidade.

A proposta, que foi aprovada com a abstenção da CDU e do PSD, contou ainda com os votos favoráveis do PS, BE e PAN.

Ainda que também tenham surgido algumas questões relativas ao contrato de subconcessão que o Município terá de celebrar com a IP, para tomar posse daquele eixo, foram debeladas com a garantia da maioria municipal de que a solução futura para o canal, qualquer das duas que seja, não ficará comprometida.

Do BE, o deputado Pedro Lourenço destacou que "ninguém compreenderia que neste processo de discussão pública pudesse a cidade deixar a linha ao abandono mais dois ou três anos. Esta decisão da ecopista pode contribuir para o debate que vai ser feito", referiu.

E, em representação do PAN, a deputada Bebiana Cunha considerou fundamental incluir os munícipes na discussão sobre "um investimento que preconiza uma melhoria da qualidade de vida e da saúde pública".