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As mãos de quem faz o Porto criativo traçam itinerário de uma cidade autêntica

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Conhecido – e procurado – pela identidade singular e a autenticidade, o Porto é uma cidade feita à mão: pela mão de quem molda, de quem tece, de quem pinta ou cose as mil e uma formas de experienciar o destino. É a criatividade, a inovação, mas também a sustentabilidade e a diversidade cultural de artesãos, artistas e outros novos criativos que o “Curated Porto” quer celebrar. Projeto municipal de promoção turística de novos itinerários foi apresentado, na manhã desta terça-feira, no Museu Nacional Soares dos Reis.

"Se o Porto é conhecido por ter o coração na boca, hoje falamos de quem carrega o coração da cidade nas mãos", considera a vereadora do Turismo e Internacionalização, sublinhando que "por detrás das mãos estão pessoas, estão artistas, estão histórias de inovação, de coragem, de resiliência e de paixão que queremos valorizar, dar a conhecer e potenciar internacionalmente".

Numa primeira fase, o programa conta com 13 projetos, 13 pares de mãos que "moldam o novo Porto", da cerâmica à pintura, da joalharia ao têxtil, 13 "casos inspiradores de turismo criativo e desenvolvimento local com impacto real na valorização do território e na atração turística", considera Catarina Santos Cunha.

"É uma celebração da criatividade de quem, honrando a tradição e o legado de gerações, projeta o futuro da cidade, tornando-a num dos polos artísticos e culturais mais fervilhantes da Europa."

Nas palavras da vereadora, o "Curated Porto" é "uma celebração da criatividade de quem, honrando a tradição e o legado de gerações, projeta o futuro da cidade, tornando-a num dos polos artísticos e culturais mais fervilhantes da Europa".

E porque é de comunidade que se trata, o projeto é para todos. É para os artistas e empreendedores culturais "que há muito mereciam este palco no roteiro turístico da cidade, estimulando a economia local, a fixação das indústrias culturais e o intercâmbio internacional".

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Para os residentes, ao criar “novas pontes de contacto com a cidade, novas formas de interação com a comunidade, novas experiências para desfrutar de tudo o que o Porto tem para oferecer".

E, claro, para os visitantes, sendo "um convite para explorar novas áreas da cidade, descentralizando os fluxos turísticos e encontrando novas formas de envolvimento com o destino e, até, de intercâmbio cultural, tão essencial à produção artística". O programa está inserido na estratégia "Yours Truly, Porto" que, entre outras ações, procura promover a dispersão dos fluxos turísticos a novos "quarteirões" de atratividade.

Catarina Santos Cunha assume que, abrindo a experiência aos ateliers, aos rostos, aos percursos, às técnicas, ao pensamento criativo, às iniciativas coletivas, "vamos mostrar um Porto contemporâneo, vibrante e profundamente comprometido com a preservação do património imaterial".

"O Porto é uma cidade absolutamente criativa e por aquilo que ela própria é: orgânica, cheia de textura, diferente."

Entre as histórias por desvendar, os espaços por descobrir e as experiências por vivenciar, está o atelier de Teresa Branco. Trabalhando a arte da cerâmica há mais de uma década, acredita no Porto como "uma cidade absolutamente criativa e por aquilo que ela própria é: orgânica, cheia de textura, diferente. Está cheia de surpresas, quer arquitetónicas, quer a nível das capacidades de várias pessoas que desenvolvem, diariamente, um universo novo".

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É para isso que acolhe o Curated Porto, "para a nossa preservação de identidade porque é o que as pessoas que vêm procuram. Para sermos cada vez mais identificados como um povo diverso, cheio de história e de criatividade". E porque, acredita, da atração de mais pessoas à sua oficina "irão surgir, seguramente, novos projetos, novos desafios, novas interações quer criativas, quer de produção".

"O Porto, historicamente, sempre foi uma fonte de criação, de movimento, de empreendedorismo."

Também Patrícia Sousa tem como firme a capacidade de atração da cidade pela sua criatividade. "O Porto, historicamente, sempre foi uma fonte de criação, de movimento, de empreendedorismo", sublinha a designer têxtil, acrescentando que "continuamos a manifestar isso, muito undercover, mas há sempre um bulício, uma energia contagiante".

O valor acrescentado garantido pelas manualidades e pelo processo de criação é, para Patrícia Sousa, o que melhor podem, estes artistas (ou pessoas com capacidade para as artes, como prefere designar), oferecer à comunidade e a quem visita a cidade.

"É uma aprendizagem que saiu das escolas e da nossa vida quotidiana e é super interessante se conseguirmos passar este conhecimento, esta paixão que temos, que envolve a arte, mas também a manualidade, a motricidade fina. Fazer um trabalho da cabeça para as mãos e ensinar isto às novas gerações, integrá-las nestes processos também, mostrar que não há coisas automáticas", sublinha.

Patrícia Sousa acredita que "o maior contributo que podemos dar à comunidade é tirar as coisas 'das caixas' e torná-las mais acessíveis, mais integrativas". Sendo formada em Economia, olha para o "Curated Porto" como "uma forma de desmistificar a ideia de que só os artistas é que fazem arte".