Educação

Arco Maior é uma “escola de segunda oportunidade” para crianças e jovens

  • Cláudia Brandão

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Vêm de percursos mais ou menos complicados com uma visão em comum: a escola tradicional não era o caminho. Para que estes jovens não fossem excluídos, o projeto Arco Maior deu-lhes a orientação possível. Na manhã de quinta-feira, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e o vereador da Educação, Fernando Paulo, foram à Escola Secundária Infante D. Henrique conhecer de perto esta “não-escola” ou “escola de segunda oportunidade” pela qual já passaram mais de três centenas de formandos.

Miguel é o primeiro a explicar: faltava às aulas porque não se conseguia adaptar ao ensino em sala de aula. Ângelo sentia o mesmo e, por isso, preferia passar o tempo a saltar da Ponte Luiz I para o rio Douro. Nair ainda tentou vários cursos profissionais em diferentes instituições e Fátima reconhece que o seu temperamento “explosivo” complicava a adaptação às aulas.

É a estes jovens – e outros em situações limite, sinalizados pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, em claro regime de abandono escolar – que se dedica o Arco Maior. Nascida em 2013, e com atuação em quatro polos no Porto e em Vila Nova de Gaia, esta “não-escola”, como se define, tem como missão dar oportunidade a jovens entre os 14 e os 17 anos (em modelo PIEF) e entre os 18 e os 24 (em modelo EFA) de concluírem o 6.º, 9.º e 12.º anos de escolaridade.

Por entre os diversos projetos que o Arco Maior proporciona - cozinha, carpintaria, escultura, pintura - há momentos para viajar, atividades para o auto-conhecimento, para a criatividade e, essencialmente, para encontrar um rumo e combater a exclusão. A maioria confessa que encontra o que até aqui não havia encontrado: “uma escola diferente”, “mais participativa”, e até “uma família”, ou, como um dos projetos que deram a conhecer a Rui Moreira, “uma cidade vista pela cor dos meus olhos”. Vontade para deixar o Arco Maior para trás, quando entram no mercado de trabalho, parece ser uma tarefa mais complicada.

Além de conhecer os formandos e os trabalhos que têm produzido, o presidente e o vereador da Câmara do Porto foram dar a notícia de que um dos polos do Arco Maior – até aqui em funcionamento no Bonfim – vai ganhar uma nova casa, na freguesia de Campanhã, na Escola Básica de Noeda. Para além disso, o projeto contou, pela primeira vez neste ano, com um apoio municipal de 20 mil euros.

A visita de Rui Moreira e Fernando Paulo foi acompanhada pelo coordenador do Arco Maior, o professor catedrático da Universidade Católica do Porto, Joaquim Azevedo, o diretor do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano, Manuel Lima, e por António Nunes, em representação do presidente da Junta de Freguesia de Campanhã.