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Ansiada Avenida Nun’Alvares vai nascer para “fazer cidade nova”

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Filipa Brito

Está dado o importante passo que vai levar à construção da há muito desejada Avenida Nun’Alvares, entre a Foz do Douro e Nevogilde. Artéria com cerca de 1,5 quilómetros vai ligar a Praça do Império à Avenida da Boavista e criar dois parques verdes e duas novas praças. “O início da concretização de uma velha aspiração da cidade” recebeu a votação unânime do Executivo na reunião desta terça-feira e a proposta segue para discussão pública.

“Estamos a falar de uma intervenção urbanística de larga escala, a maior Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) que temos prevista no Plano Diretor Municipal (PDM)”, sublinhou o vereador do Urbanismo e Espaço Público, referindo-se aos cerca de 26 hectares de área de intervenção.

Lembrando que já desde 1916, na proposta de Melhoramentos da Cidade do Porto, “se previa uma ligação entre a Praça do Império e Matosinhos”, Pedro Baganha reforçou o “peso histórico do que estamos aqui a deliberar”, um projeto idealizado em diversos planeamentos urbanísticos.

O ponto central da intervenção é a Avenida Nun’Alvares, mas também “o pretexto”, acrescenta o vereador, “para a construção de cidade nova”. Ao longo de 1,5 quilómetros de via haverá duas faixas de circulação automóvel, duas faixas bus, duas ciclovias, passeios largos, pontuados com árvores, e mobiliário urbano “transformando uma ligação rodoviária que estava prevista há 100 anos num espaço público qualificado e que estruture todo este território”.

Com um investimento previsto de 30 milhões de euros, o projeto inclui a construção de arruamentos adjacentes e todo um sistema urbano correspondente a uma extensão de 4,9 quilómetros.

Pedro Baganha explicou, ainda, que dos mais de 263 mil metros quadrados de área, 137,7 mil serão públicos: 87,7 mil para vias, 4,5 mil para as praças e 45,5 mil de área verde, estando prevista "a renaturalização dos troços das ribeiras de Nevolgilde e da Ervilha que se encontram a céu aberto e a sua integração em espaços verdes de domínio público”.

Quanto ao índice de construção máximo permitido, e correspondendo à “expetativa dos proprietários da zona, será idêntico ao previsto no PDM de 2006, isto é, 0,67, mantendo-se o “princípio de continuidade morfotipológica”. A área bruta de edificação corresponde a 176,8 mil metros quadrados, 30,6 mil pertencentes à autarquia.

Alcançado já um acordo com os proprietários de 90% da área, o vereador sublinha que “tudo o que vier aqui a acontecer tem de estar de acordo o projeto global elaborado pela Câmara”.

A estratégia para aquela UOPG será desenvolvida em três subunidades de intervenção autónoma: Praça do Império – Rua do Crasto; Rua do Crasto - Rua do Molhe; e Rua do Molhe - Avenida da Boavista. Com a perspetiva de ter os alvarás de construção emitidos em setembro de 2024, a empreitada deverá desenrolar-se ao longo de dois a três anos.

Uma intervenção fundamental para toda a cidade

Alberto Machado, do PSD, acredita que “a concretização desta obra será uma mais-valia para toda a cidade”, sublinhando como “as áreas verdes são absolutamente fundamentais, assim como as praças para a fruição pública”.

Considerando esta “uma via fundamental para a cidade”, o vereador do PS, Jorge Garcia Pereira, considera que o projeto “ser feito não de acordo com o automóvel mas com a criação de cidade é de louvar”.

Do Bloco de Esquerda, Teresa Summavielle disse esperar que “esta execução assegure um desenvolvimento urbano harmonioso, de justa repartição de benefícios e encargos pelos proprietários”.

Para a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, “há aqui a concretização de expetativas que têm dezenas de anos, mostra como é importante definir cidade para esta zona”.