Sociedade

Ano novo chinês celebrado com Dança do Dragão em frente à Câmara do Porto

  • Paulo Alexandre Neves

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As portas dos Paços do Concelho, decorada com as tradicionais lanternas, abriram-se, de novo, para a comunidade chinesa em Portugal celebrar a chegada do ano novo. 2024 é do Dragão, quinto dos 12 signos do zodíaco chinês, símbolo de riqueza e prosperidade, sempre simbolizada no vermelho.

Por isso, ao pescoço de todos os convidados era colocado um cachecol vermelho. O átrio dos Paços do Concelho depressa se encheu para todo o cerimonial, a que assistiu o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e o embaixador da República Popular da China em Portugal, Zhao Bentang.

A comitiva deslocou-se à Praça do General Humberto Delgado onde decorreu o espetáculo da Dança do Dragão, protagonizado pela Escola She-Si, sediada da cidade, para além de outras três que participaram na demonstração de kung-fu (Escola Lou Hau, Sheng Kung Hui Choi Kou School e Escola da Associação para Filhos e Irmãos dos Agricultores).

Comunidade chinesa no Porto perfeitamente integrada

"O Município do Porto tem plena noção do significado histórico das relações entre Portugal e a China. De igual forma, temos consciência da relevância social, económica e cultural da comunidade chinesa na cidade", sublinhou o presidente da Câmara, durante a sessão solene, que decorreu no salão nobre da autarquia.

Ao receber esta cerimónia, pelo segundo ano consecutivo, Rui Moreira realçou "o multiculturalismo" existente, atualmente, na cidade, de que a comunidade chinesa é exemplo, "porque enriquece a cidade com a sua identidade cultural e a diversidade das suas tradições, artes, costumes e saberes".

"Os imigrantes chineses e seus descendentes estão perfeitamente integrados na nossa cidade. Mas há ainda margem para uma maior difusão da cultura chinesa entre os portuenses, bem como para um melhor conhecimento da cultura portuguesa por parte dos imigrantes chineses", acrescentou.

Embaixada da China em Portugal recebe Distinção de Mérito Ricardo Jorge

Rui Moreira não esqueceu também todo o apoio que a China deu durante a pandemia covid-19, doando equipamento médico, para além da resposta da própria comunidade chinesa, "numa clara demonstração do seu sentido cívico e da sua integração na nossa sociedade".

Como forma de homenagear pessoas e organizações que apoiaram durante a pandemia, o Município do Porto atribuiu, em dezembro, a distinção de Mérito Ricardo Jorge. Na altura, a Embaixada da China não pôde estar representada na cerimónia. Por isso, esta sexta-feira, o embaixador chinês em Portugal, Zhao Bentang, recebeu a distinção.

O diplomata agradeceu o gesto, reconhecendo que o Município do Porto tem sido um grande aliado de toda a comunidade chinesa que vive no Grande Porto. "Agradeço-lhe [dirigindo-se ao presidente da Câmara] pelo seu grande apoio e ajuda prestada, o que reflete a grande importância e amizade que o presidente e o município, bem como todo o povo portuense, atribuem às relações chino-portuguesas", observou Zhao Bentang.

Apoio a cinco instituições de solidariedade social da cidade

Usaram ainda da palavra na sessão solene o coordenador das comemorações, YPing Chow, o representante das Associações Chinesas em Portugal, Wang Xiao Wei, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, António Noronha, e a representante do governo de Macau, Lúcia Santos. Este ano passam, precisamente, 25 anos da transferência do território macaense para a administração chinesa, para além de se assinalar o 75.º aniversário da fundação da República Popular da China e os 45 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal.

As comemorações do Ano do Dragão incluíram ainda a inauguração, no átrio dos Paços do Concelho, da exposição fotográfica "Mundo Bela", da responsabilidade da Associação de Fotógrafos Luso-Chineses, e uma conferência sobre os 45 anos das relações diplomáticas entre os dois países.

A comunidade chinesa procedeu também à entrega de donativos a cinco instituições de solidariedade social da cidade, sob sugestão do Pelouro da Coesão Social: Ajudaris – Associação de Solidariedade Social, Associação CAIS, Casa de Lordelo da Associação das Obras Sociais de S. Vicente de Paulo, APPC – Associação do Porto de Paralisia Cerebral e Centro Juvenil de Campanhã - Seminário dos Meninos Desamparados.