Economia

Consultora Deloitte destaca estratégia do Porto para um futuro sustentável

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Filipa Brito

A consultora Deloitte lançou recentemente a publicação “Urban Future with a Purpose”, na qual traça um retrato das 12 tendências que vão marcar o futuro das cidades em 2030. O estudo sublinha o compromisso da Câmara do Porto em trabalhar para melhorar a vida urbana dos seus cidadãos.

São 12 as tendências que vão marcar o futuro das cidades em 2030, segundo a consultora Deloitte, e o Porto destaca-se pelo seu trabalho em áreas como a Mobilidade, Ambiente, Governo e Segurança. No estudo “Urban Future with a Purpose”, recentemente publicado, o estímulo dado pela cidade à inovação e criatividade são objeto de elogio.

Planeamento verde de espaços públicos; Comunidades de Saúde inteligentes; Cidades “15 minutos”; Mobilidade: inteligente, sustentável e “as-a-service”; Planeamento e serviços públicos inclusivos; Ecossistemas de inovação digital; Economia circular e produção local; Edifícios e infraestrutura inteligentes e sustentáveis; Participação em massa; IA aplicada às operações da cidade; Cibersegurança e consciência pela privacidade; IA aplicada à vigilância e policiamento preditivo. São estas as 12 tendências identificadas pela Deloitte e o Porto está em evidência, de acordo com os autores da publicação.

No capítulo dedicado aos Ecossistemas de inovação digital, a Invicta é referida como um exemplo de bons princípios, ao lado das cidades de Espoo (Finlândia) e Nova Iorque (Estados Unidos).

“Em 2016, o Porto começou a posicionar-se como uma cidade de inovação e criatividade. Criou o que é atualmente conhecido como Porto Innovation Hub, um agregador de inovação em que a cidade funciona como laboratório vivo, reunindo negócios, empreendedores, cidadãos e a autarquia para promover a resolução de problemas”, nota a equipa da Deloitte.

Este trabalho não demorou a produzir frutos, realçam os autores: “Em 2020, graças ao Porto Innovation Hub, o Porto conquistou o prémio Smart City Innovator na conferência Annual Investment Meeting no Dubai, na categoria Future Cities.”

“Ainda que o Porto seja conhecido como um destino turístico, os líderes locais procuraram recolocar a cidade no plano dos serviços, mas também da liderança industrial, de forma a travar a saída de talento local e fortalecer a economia”, pode ler-se no estudo, onde se acrescenta: “A cidade implementou uma estratégia de atração de empresas para investirem na cidade, reforçando as condições dos seus já bons serviços de saúde, escolas – tanto públicas como privadas –, trabalho qualificado, e desafiando as empresas a instalarem-se e investir.”

“Em 2018 o Porto venceu o World Excellence Award para a cidade europeia mais amiga das startups, pela sua cultura florescente de startups tecnológicas e por ser uma das poucas autarquias da Europa a ter um programa dedicado de encorajamento e estímulo do empreendedorismo”, nota ainda a Deloitte. “O Porto foi escolhido como cidade-mentora no programa 100 Intelligent Cities Challenge da Comissão Europeia. Esta decisão foi um reconhecimento pelo esforço de digitalização e potencial de escalabilidade. A cidade evidenciou-se em 2020, ao conquistar o primeiro lugar na classificação das melhores pequenas cidades para viver da revista Monocle, pela sua ambição ambiental, ambiente favorável aos negócios, inclusão e acessibilidade”, acrescenta.

“Esta estratégia revelou-se um sucesso para a segunda maior cidade de Portugal, com resultados que incluem um crescimento do volume de negócios e emprego médio das startups, a um ritmo duas vezes superior ao verificado entre 2013 e 2015, um crescimento médio anual das empresas do ecossistema empreendedor do Porto atingiu mesmo os 26,2%”, conclui a análise.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, é citado no estudo “Urban Future with a Purpose”, concretamente no capítulo dedicado à Economia circular e produção local, referindo medidas concretas que a autarquia adotou para uma utilização mais racional dos recursos. “Transformámos a empresa de distribuição de água numa empresa de utilities e estamos a começar a produzir energia elétrica através da energia solar. Começámos como tantas outras cidades: usando os edifícios públicos, as escolas, o edifício dos Paços do Concelho, os telhados, para produzir energia para consumo próprio. Mas esse foi apenas o primeiro passo. Agora vamos avançar no sentido em que acreditamos que as cidades têm de produzir a própria eletricidade e terão de começar a redistribuir a energia e comercializá-la junto dos cidadãos”, aponta.

O estudo “Urban Future with a Purpose”, recentemente publicado, resulta de uma investigação global conduzida pela equipa da Deloitte, na qual foram ouvidos especialistas de todo o mundo, incluindo representantes do Banco Mundial, Nações Unidas, Comissão Europeia e Fórum Económico Mundial. Pode consultar o estudo completo aqui.