Cultura

Almeida Henriques convidou e Rui Moreira abriu o 2º festival literário "Tinto no Branco" em Viseu

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O escritor Francisco José Viegas foi o moderador da sessão de abertura do segundo festival literário "Tinto no Branco", que ontem se realizou em Viseu e que contou com as intervenções de Almeida Henriques e Rui Moreira. Os dois autarcas voltaram a afirmar a proximidade entre ambos e, também, entre as duas cidades que representam.


Durante a sessão, Rui Moreira evocou alguns dos escritores que eternizaram o Porto, como Agustina Bessa-Luís, Ruben A., Júlio Dinis e Manuel António Pina, enquanto Almeida Henriques preferiu recordar Aquilino Ribeiro, "um beirão inconformado".

O moderador pediu aos dois autarcas que fizessem um filme imaginário sobre as suas cidades e, se a de Rui Moreira começaria o seu filme a preto e branco "em honra de Oliveira", à noite, "quando muita coisa acontece para que as cidades funcionem", lembrando o trabalho dos funcionários do ambiente, da proteção civil ou da polícia; já Almeida Henriques disse que preferia fazer um filme diurno.

Francisco José Viegas foi o provocador de serviço para que os dois presidentes, um independente e outro do PSD, que tão bem se têm entendido, falassem sobre "o amor às cidades". Para Almeida Henriques, Viseu é "uma aldeia de gauleses que vai resistindo à desertificação". Já a analogia de Rui Moreira remeteu para um Porto que, quando se candidatou, "era como uma lâmpada do Aladino, mas em que o génio tinha ficado lá dentro". Para o autarca "as cidades têm alturas de luzes e de sombras" e "são como peças de relojoaria, explicando que o Porto tinha um potencial enorme na área cultural e que hoje esse é um factor de diferenciação da cidade.

Questionado por Francisco José Viegas sobre o fenómeno da sua página pessoal de Facebook, Rui Moreira explicou que no seu mural todos os dias publica uma fotografia de um rosto do Porto, a que chama "A pele do Porto." e que "este é mapeamento que estamos a construir, como se fosse um puzzle humano da cidade e que é, simultaneamente, uma actividade cultural que estimula o sentimento de pertença da cidade".

Em declarações aos jornalistas antes da sessão que decorreu no Solar do Vinho do Dão, os autarcas das duas cidades criticaram o centralismo de Lisboa. Para Almeida Henriques as duas cidades "não são choramingas", são antes cidades que "fazem por si, com uma voz incómoda". Rui Moreira disse aos jornalistas que "é um problema que temos de combater fazendo realçar as qualidades do Porto e de Viseu".

Os dois presidentes de Câmara que cumprem o primeiro mandato, sublinharam as estratégias comuns que desde o início têm mantido, nomeadamente, em áreas como a cultural e a turística. Almeida Henriques sublinhou, até, uma qualidade que atribui a ambos: "somos dois presidentes de Câmara quem pensam pela sua cabeça".