Proteção Civil

Água invadiu cidade

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Desde 2006 que a água não ultrapassava as margens do Douro,
no Porto. Esta noite, cerca da uma hora da manhã, Miragaia começou a ser
invadida e, pouco depois, era a Ribeira que se transformava em rio. (ESTA INFORMAÇÃO FOI ATUALIZADA ÀS 4,00 HORAS)


As águas, provenientes sobretudo dos afluentes do Douro,
cujo caudal aumentou devido às chuvas persistentes dos últimos dias, entraram
em algumas casas e estabelecimentos comerciais, mas não houve alarme, graças à
informação prestada às populações e ao serviço de proteção civil, que auxiliou
na retirada de bens e de viaturas.


No Centro de Previsão e Prevenção de Cheias, no Porto, desde
cedo se começou a preparar a noite, com a presença dos presidentes das Câmaras
de Porto, Gaia e Gondomar e a Secretária de Estado Adjunta e da Administração
Interna, além das autoridades marítimas e terrestres. As previsões então
traçadas e a gestão cuidada das descargas feitas pelas várias barragens no
Douro permitiram minimizar os impactos. A noite, apesar de molhada, foi serena
e sem incidentes de maior, no Porto.

O viaduto de Massarelos encontra-se encerrado por prevenção.


À hora em que esta notícia foi escrita (4 horas da manhã),
no mar, a maré já baixava e o rio começava a ter outra capacidade de escoar os mais
de seis mil metros cúbicos que a barragem de Crestuma/Lever chegou a debitar.


O Porto, que recorda catástrofes de outrora, quando as
previsões eram ainda insípidas e os instrumentos de controlo do caudal não
existiam, viveu uma noite de cheia, como não vivia há anos, mas ultrapassou-a
com serenidade e, até, naturalidade e boa disposição.


Rui Moreira, o presidente da Câmara; o seu vereador da
Proteção Civil, Sampaio Pimentel; os comandantes dos Bombeiros Sapadores e da
Polícia Municipal e todos os funcionários municipais envolvidos na operação,
não largaram as margens do Douro enquanto não perceberam que o rio, embora
indomável, estava a conviver bem e transitoriamente, com o seu novo leito. Nem
se foram embora sem deixar um gesto de carinho a quem mais sofre com os humores
da natureza.