Sociedade

Adeus a "Toda a Gente" este sábado

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José Caldeira

O espetáculo "Toda a Gente", em palco durante várias sessões no Teatro Municipal
do Porto, Campo Alegre, despede-se do público este sábado, dia 19, numa representação
que se iniciará pelas 21,30 horas.


 


A peça "Toda a Gente", a mais recente criação do Teatro
Experimental do Porto (TEP), é
uma espécie de moralidade, numa necessidade imperiosa de sermos felizes. Nem
que seja à força.


 


"Trata de uma família que está separada e dispersa pelo mundo por
razões laborais. Emigraram. São migrantes económicos, diz-se agora. Está,
contudo, tudo a correr muito bem. Não há nenhuma tragédia nem nenhum drama. É
só a vida. Tem de ser. Vendo bem, até tem alguma graça, isto tudo. A emigração,
cidades novas por descobrir e assim. A mobilidade laboral trouxe, com efeito, a
melhoria do bem-estar individual, melhores condições de trabalho, mais
dinheiro, melhores perspectivas de futuro. Emancipação. Tudo bom. Eppur...
Não
há liberdade quando só se pode escolher entre duas más opções ou entre só uma
boa opção e uma má. Só há liberdade a sério quando se pode optar entre duas
boas opções, dizia já não me lembra quem. Aqui "ninguém" tem boas
opções e "toda a gente" quer ser feliz. "Ninguém" percebeu
ainda nada disto e "toda a gente" anda à procura".


 


Com texto de Rui Pina e encenação de Gonçalo Amorim (diretor
artístico do TEP)
, o espetáculo despede-se do público este sábado à noite, pelas 21,30
horas, no Auditório do Campo Alegre.


Fotografia © José Caldeira