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A volta em pleno ao mundo do Coliseu em 80 dias até aos 80 anos

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Um de outubro é Dia Mundial da Música e dia em que as salas de espetáculos se abrem em pleno para receber de volta o público. E é também o momento em que arranca a contagem decrescente para o 80.º aniversário do Coliseu do Porto. A 80 dias de distância, e com selo estampado para o futuro, já se vislumbra o fim-de-semana quase “non-stop” de 18 e 19 de dezembro, que marcará a data redonda.

Aos 80 anos, a instituição quer ser o que sempre foi e ainda mais. “Trabalhar em plenas condições é aquilo para que uma sala como o Coliseu está preparada. Tem uma dimensão e um estatuto que implicam o seu funcionamento no máximo de capacidade para uma verdadeira experiência”, acredita a presidente da direção.

No terraço do Porto Coliseum Hotel, Mónica Guerreiro abriu a cortina para o programa da festa de aniversário, que se assinala a 19 de dezembro, e que “corresponde a este nosso desejo muito forte de comemorar, finalmente, o poder estar junto. É algo que nos deixa muito entusiasmados”.

Em idade sénior, os espetáculos são pensados para todos. A começar pelos bebés, a quem o Coliseu do Porto dedica o teatro e dança com a história do “Capuchinho”. “A imagem, o movimento, o som e a palavra sincronizadas num auto em que era uma vez uma história encantada”, a pensar nos miúdos dos três meses aos três anos.

A partir dos seis anos, o convite é para o teatro musicado “Bosque do Piripak”, sobre “o medo do silêncio, que muitas vezes transportamos para a idade adulta, sem que tenhamos consciência”. Quem também vai subir ao palco do Coliseu é o Teatro Experimental do Porto com a peça “Manda os teus pais passear”, um “manifesto como um desabafo contra a geração de pais em aceleração”.

Porque a festa é para todas as idades, para os adultos o Coliseu traz um concerto da Orquestra Filarmónica Portuguesa, acompanhada ao piano pela vencedora do Concurso Internacional de Música Santa Cecília, a chinesa Quanlin Wang. O programa gira em torno de Rachmaninoff e o seu “Concerto n.º 2”.

O espetáculo tem de continuar

Durante todo o fim de semana, mas também ao longo do mês de dezembro, está de volta o incontornável Circo do Coliseu. “É um espetáculo que procuraremos que seja ainda mais especial, com caraterísticas que o trazem para a contemporaneidade, apesar de seguir o modelo tradicional que todos conhecem”, adianta Mónica Guerreiro.

De forma a “divertir e espantar, suscitar essas emoções fortes”, o maior espetáculo do mundo “vai ter música ao vivo, composta especificamente para cada número”, além de um “lado visual com uma componente tecnológica, garantindo uma experiência envolvente a todos os níveis”, afirma a presidente da instituição.

Uma das prendas de aniversário já foi entregue e está patente no centro comercial Norteshopping: a exposição “O Espetáculo tem de Continuar” reúne 80 imagens tiradas por nove fotógrafos durante a mais recente apresentação do Circo do Coliseu, em dezembro de 2020.

O que também não faltará na festa dos 80 anos é o último concerto Promenade 2.0 do ano, com a história “A Arca do tesouro”. Segundo a presidente do Coliseu, estes espetáculos “mostram-nos que este modelo de concertos comentados para crianças e famílias é para ficar. Foi algo que foi muito pedido pelo público. Fizemos sete concertos em 2021 e é uma aposta que vamos seguir no próximo ano”.

Até ao aniversário, pelo Coliseu vai passar, entre outros, a projeção do filme “The Shape of Things to Come”, para o qual Rui Reininho compôs a banda-sonora. Ainda no campo da sétima arte, voltam os filmes antigos com dois cine-concertos da Orquestra Metropolitana para assinalar o centenário da Invicta Filmes.

Salão Azul abre-se a residências das artes visuais

Uma das vontades na celebração destes 80 anos é a contemplação de todos os espaços do edifício do Coliseu. Além do início – já a 16 de outubro – de visitas guiadas para “conhecer este ícone da arquitetura modernista, com os seus detalhes arte deco, e com toda a sua envolvência que o faz ser monumento de interesse público”, a comunidade artística vai ser presenteada com a abertura do Salão Azul para “acolher em residência criadores das artes visuais”.

Mónica Guerreiro afirma que este “laboratório de criação” estará vocacionado “para receber artistas em fase emergente, em áreas como pintura, joelharia, design, fotografia, ou multimédia”.

Para assinalar os 80 anos, o Coliseu do Porto associou-se aos CTT e criou também um postal pré-pago alusivo à efeméride. Entretanto, será lançado um concurso para jovens de todo o país – do ensino pré-escolar ao superior – onde o desafio é desenhar o Coliseu. Os melhores desenhos serão premiados e expostos nas paredes do edifício.

“Agrada-nos muito trazer uma vibração da qual temos saudades e não queremos deixar de estar habituados à intensidade dos espetáculos para milhares de pessoas”, partilhou a presidente do Coliseu do Porto.