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“A Urgência da Cidade”: Casa dos 24 reabre com exposição dedicada a Fernando Távora

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Filipa Brito

Celebrar o centenário do nascimento do arquiteto Fernando Távora é o contexto mais simbólico para reabrir a Casa dos 24, no Morro da Sé, espaço que passará a integrar a rede do Museu do Porto. Depois de anos fechada, a Antiga Casa da Câmara foi reabilitada e é agora devolvida aos portuenses com a inauguração da exposição “A Urgência da Cidade”, que pode ser visitada de 24 de agosto a 29 de outubro.

O edifício data da Idade Média e assumiu-se como uma afirmação do poder popular sobre o poder eclesiástico, que ali impunha a força granítica da Sé do Porto. Ali funcionou a vereação da Câmara Municipal e o órgão consultivo na área da economia, responsável pelo desenvolvimento e investimento na cidade, a conhecida Casa dos 24.

Das ruínas se fez um edifício mais contemporâneo, pelas mãos do arquiteto Fernando Távora, que garantiu a base e voilumetrias originais. O palmo de Távora que serve de medida à Casa, a antiga bandeira da cidade, o brasão liberal, a inscrição do título da Cidade Invicta ou a estátua do guerreiro-fundador “O Porto”, são alguns dos símbolos destacados na exposição que, na próxima quinta.feira, 24 de agosto, reabre a Casa dos 24 à cidade.

Com coordenação geral de Jorge Sobrado e curadoria de Manuel Real, "A Urgência da Cidade" visa a história do Porto, o lugar e a iconografia do poder municipal, mas também a sua reencarnação contemporânea, que evoca a arquitetura moderna e erudita do seu autor, no dealbar do século XXI.

Por outro lado, a mostra desenvolve um olhar sobre o mestre e fundador da chamada “Escola do Porto”, a sua formação e a relação biográfica e profissional que estabelece com a cidade, propondo ao visitante um roteiro de vida e obra, que põe em evidência alguns dos projetos mais eloquentes do seu pensamento e intervenção: o estudo de renovação do Barredo, o SAAL em Miragaia, o projeto urbano do Campo Alegre, o Bairro de Ramalde, a reabilitação do Palácio do Freixo ou a reconstrução desta “Torre de Memórias”.

Nas palavras de Manuel Real, “A Urgência da Cidade” "aproveita a celebração do centenário do nascimento [de Fernado Távora] para sublinhar o muito que lhe deve a cidade do Porto e para divulgar, junto do grande público, a sua cultura ímpar e o modo original de pensar a arquitetura”.