Sociedade

A tradição mantém-se há 81 anos e o Circo volta sempre renovado ao Coliseu

  • Paulo Alexandre Neves

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“Bem-vindos ao maior espetáculo do mundo”. O Coliseu Porto Ageas abre hoje as suas portas a uma tradição ininterrupta desde 1941: o Circo de Natal. Um espetáculo que promete fazer as delícias de miúdos e graúdos até dia 8 de janeiro. Com mais de 30 artistas e criadores, oriundos de seis países, há espaço para dança, magia, fogo, palhaços e até uma roda da morte.

A estreia, tal como também manda a tradição, acontece no dia 9 de dezembro. Este ano, nesta sexta-feira, às 21h00. Rui Paixão não vê a hora de pisar o palco e, juntamente com mais 30 artistas, espalhar a magia das artes circenses. Habituado ao Cirque du Soleil – o primeiro português a integrar o seu elenco – assume, no Circo do Coliseu, o desafio de ser o diretor artístico e, em simultâneo, apresentar-se em pista como um palhaço que quer muito ser vilão.

“Muitas dores de cabeça como é natural em qualquer estreia. Fazem parte do processo criativo”, confessa Rui Paixão, deixando um elogio ao elenco à sua disposição: “Temos um conjunto de artistas bastante profissional. Divertimo-nos imenso e, agora, é tentar passar isso para o público”.

Este ano, o espetáculo inspira-se na fábula inacabada “Os Gigantes da Montanha”, de Luigi Pirandello. Haverá de tudo um pouco: música, dança, magia, fogo, malabarismo, clown, suspensão capilar, rolla bolla, pinos, diabolo, roda cyr e até uma roda da morte.

O cenário é de grande impacto visual, fazendo lembrar um videojogo ou um deserto cyberpunk, podendo fazer recordar a versão infantil de “Mad Max”. Para dar vida a este universo, o Circo de Natal conta com artistas de diferentes nacionalidades como Portugal, Brasil, Costa Rica, França, Polónia e Rússia. Haverá números em estreia absoluta, acompanhados com música tocada ao vivo pela Banda da Festa do Circo.

O compositor Ramón Galarza assume a direção musical do espetáculo. Com muitos anos de palco garante que teve todos os cuidados na sua preparação: “como sempre que encaro qualquer projeto em que estou envolvido”. Tudo se tornou mais fácil, confessa, também com a parceria estabelecida com Rui Paixão. “Nunca tive uma relação como esta. Sem atritos. É uma pessoa muito organizada, sabe muito bem o que quer. Correu lindamente”, diz.

Para além de Ramón Galarza e Rui Paixão, o Circo de Natal conta ainda com a direção de ilusionismo de Mário Daniel, referência na magia, a nível nacional e internacional. Todos os momentos de magia foram por si criados, propositadamente, para este espetáculo.

Espetáculo com algumas novidades

O Circo de Natal tem, este ano, algumas novidades. “Reinventamos sempre aquilo que são formas e convenções que o circo tradicional mostra ao longo dos anos, enquanto forma de arte, procurando sempre uma evolução do ponto de vista estético e narrativo”, afirma a presidente de direção do Coliseu.

“Com este espetáculo reinventamos também aquilo que é um hábito tradicional das famílias do Porto e arredores, nesta altura do ano. Conseguem ter aqui um espetáculo sempre novo”, acrescenta Mónica Guerreiro.

As novidades passam, por exemplo, por audições para encontrar “talentos escondidos”, a existência de uma sala de conforto, espécie de “refúgio” para quem sentir ansiedade ou precisar de um momento de tranquilidade ou usar para amamentação, e sessões com audiodescrição e língua gestual portuguesa.

Mais informações sobre as sessões e bilhetes no site oficial do Coliseu Porto Ageas.