Urbanismo

A "nova" Praça da Corujeira vai valorizar o arvoredo e a ligação ao Matadouro

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Foi hoje dado mais um passo rumo à nova vida da Praça da Corujeira, com a abertura das propostas apresentadas ao concurso de conceção para a requalificação daquele espaço na freguesia de Campanhã. É um "momento importante", frisou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

Pela proximidade com o Antigo Matadouro Industrial, cuja reconversão será uma obra estruturante para a cidade, e em particular para o desenvolvimento de Campanhã, a Praça da Corujeira não podia ser esquecida neste processo de revitalização, sublinhou o autarca: "Esta cerimónia marca o início da reabilitação da Praça da Corujeira, de acordo com o plano que temos vindo a desenvolver para a freguesia. Era um passo que queríamos dar e fico muito satisfeito".

Numa cerimónia que decorreu no auditório da Junta de Freguesia de Campanhã, e que contou com a presença do "anfitrião" Ernesto Santos, dos vereadores Catarina Araújo, Cristina Pimentel, Filipe Araújo e Pedro Baganha, assim como a vice-presidente e o administrador da empresa municipal de Gestão e Obras do Porto - GO Porto, Cátia Meirinhos e Manuel Aranha, respetivamente. O júri do concurso explicou a avaliação que fez das seis propostas apresentadas a concurso, detalhando depois a sua classificação. A abertura de envelopes permitiu finalmente associar um nome a cada uma das propostas apresentadas, reconhecendo-se o atelier Miguel Melo Arquitetura, de Guimarães, como vencedor do concurso.

Considerada pelo júri "muito original e inovadora", esta proposta destacou-se pelo "grande sentido e coerência global". Ainda segundo os jurados, o conceito do atelier vimaranense constitui um "excelente contributo para a valorização e atratividade da área de intervenção, potenciadora de um novo polo atrativo da cidade do Porto - a Praça da Corujeira".

Para além de um prémio de 15 mil euros, o primeiro lugar neste concurso de conceção tornará o atelier Miguel Melo Arquitetura responsável pela conceção e desenvolvimento do projeto de requalificação do espaço público da Praça da Corujeira e sua envolvente.

"É um marco importante para a freguesia de Campanhã e para a cidade do Porto. O objetivo é reforçar a centralidade desta praça para Campanhã, valorizar a mobilidade, particularmente dos modos suaves, e reforçar o acesso à cidade do Porto a partir da zona oriental", sublinhou o vereador com os pelouros do Urbanismo e do Espaço Público e Património, Pedro Baganha.

O concurso ficou marcado pelas circunstâncias, acrescentou o vereador: "O procedimento apanhou em cheio com o período pandémico. O prazo de entrega de propostas terminou a 15 de junho e o júri deliberou a 29 de setembro".

Tomada a decisão, abre-se o caminho para valorizar o "potencial pouco aproveitado" da Praça da Corujeira, concluiu Pedro Baganha, salientando a envergadura da intervenção "absolutamente fundamental" que ali vai ter lugar: "A área total de intervenção ascende a 49.450 metros quadrados, com um investimento estimado de 4,4 milhões de euros".

"Principal característica desta praça é o seu arvoredo"

O representante do atelier Miguel Melo Arquitetura na cerimónia, João Sá Couto, destacou ao "Porto." quais foram as preocupações da equipa na elaboração da proposta para a Praça da Corujeira. "A principal característica desta praça é o seu arvoredo, e a nossa premissa foi manter ao máximo e preservar as qualidades da praça, principalmente as qualidades arbóreas", sublinhou.

"Depois, tendo em conta as premissas do concurso, decidimos criar uma série de percursos, com os quais procurámos, de certa forma, dividir a praça em várias áreas diferentes, que servissem para funções diferentes, bem como ciclovias que articulassem todos esses espaços e que fizessem uma articulação mais eficaz com a envolvente", acrescentou João Sá Couto, sem esquecer o projeto estruturante que nascerá ali ao lado: "Visto que o Matadouro será uma grande obra aqui em Campanhã, o grande dinamizador desta zona, procurámos criar uma ligação mais eficaz com o Matadouro, quer em termos de ciclovias, quer em termos de caminhos pedonais".

Há ainda pormenores originais na proposta do atelier vimaranense, com João Sá Couto a destacar dois: "Propomos um bar, que não está à cota da rua, encontra-se elevado, o que permite que os percursos fluam, e que possa passar-se por baixo. E, porque uma das premissas do concurso era criar espaços desportivos, também propomos um percurso ao nível da copa das árvores, que permite usufruir do maciço arbóreo que aqui existe, destes plátanos que são centenários. Ao invés de criarmos um campo de futebol, porque já há muitos, procurámos criar uma coisa diferente, que permitisse usufruir desta praça", descreveu.