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A força (o poder) da palavra de José Mário Branco celebra o aprendiz de feiticeiro

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Miguel Nogueira

Dizia-se “artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro”. No dia que marca o terceiro aniversário da morte de José Mário Branco são colocados à venda os bilhetes para a homenagem que o Canto Nono leva a palco, em abril do próximo ano. “A força (o poder) da palavra - Um Canto a José Mário Branco” celebra um dos maiores da música em português.

O espetáculo, no Coliseu do Porto, é composto por canções da autoria de José Mário Branco, seja como letrista, compositor ou criador de arranjos.

Em homenagem àquele que foi seu diretor artístico durante duas décadas, o Canto Nono apresenta a recriação da sua obra, “através da vivência musical e pessoal de quase 20 anos do grupo, num estilo muito desafiador, que coloca a harmonização das vozes no centro, expondo as suas potencialidades na criação de melodias originais, que compensam a falta de instrumentos e nos tocam os sentidos”.

Formado em 1992, o Canto Nono caracteriza-se por cantar a capella. A ligação a José Mário Branco está concretizada através de projetos como a banda sonora do filme «A Raiz do Coração», de Paulo Rocha, ou o espetáculo «Sons do Porto – A Cidade a oito vozes», com Carlos Tê, Germano Silva e Manuel Pina.

Na celebração em abril, o grupo traz “Passinho”, um “Recado ao Porto”, notícias de “Etelvina” e do “Soldadinho”. Promete “saborear um chocolate quente na 'Arcádia' para mitigar as 'Canseiras Desta Vida'”. “E no final, quem sabe, talvez cada um de nós se tenha tornado, um pouco, aprendiz de feiticeiro”. Afinal, “Mudam-se os tempos, Mudam-se as Vontades”.

Alguns dos temas em palco são arranjos de “companheiros da música que o Zé Mário gostava muito”, como Amélia Muge, José Martins, Tomás Pimentel, José Manuel David ou Filipe Raposo.

“Tal como num poema, somos uma pessoa quando entramos numa canção de José Mário Branco e outra totalmente diferente quando saímos dela, porque nas suas canções não há neutralidade, elas são o fruto de um trabalhar constante das roldanas do pensamento, soldadinhos a brincar nos jardins dos deuses e o nome de uma tília da avenida dos jardins do Palácio de Cristal, esse lugar mítico de infância, do algodão doce e das farturas”, escreve o Canto Nono sobre o autor.