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A Extensão do Romantismo como ponto de partida e de chegada: oficinas, ciclos musicais e as novas propostas para 2022

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A Extensão do Romantismo, antigo Museu Romântico, tem vindo a constituir-se como ponto de partida e ponto de chegada dos romantismos da e na cidade. Depois de abertas as visitas orientadas, as marcações para grupos e escolas e os ciclos musicais, este sábado há uma oficina dedicada a toda a família. Em 2022, o Museu da Cidade propõe a reativação dos Caminhos do Romântico e antecipa uma montagem que liga esta estação à Casa Marta Ortigão Sampaio, no contexto da comemoração do centenário da morte de Aurélia de Sousa.

Este sábado, 20 de novembro, é um dia cheio na Extensão do Romantismo, antigo Museu Romântico. De manhã, às 11 horas, e mediante inscrição para mdc.educativo@cm-porto.pt, tem lugar "Herbário de Emoções", programa dedicado às crianças e famílias e que tem sido desenvolvido com escolas. A atividade inicia-se com uma visita à atual montagem Quando a Terra Voltar a Brilhar Verde para Ti, que se centra no Herbário de Júlio Dinis, autor homenageado da Feira do Livro de 2021, ampliando-se a figuras tutelares do romantismo português, como Teixeira de Pascoaes, e a artistas contemporâneos. A exposição poderá ser vista até 27 de fevereiro de 2022. Do interior da casa romântica, ao jardim circundante, a oficina convida a uma transformação de materiais impressos que perderam a sua função comunicacional, devolvendo-lhes a forma e as cores da natureza e das emoções. A oficina repete no sábado, dia 11 de dezembro. Durante a tarde, às 16 horas, prossegue o ciclo "Criação e Revolução", desenvolvido em parceria com o Curso de Música Silva Monteiro. Nesta sessão, propõe-se evocar as obras do Cancioneiro de Música Popular (1893) portuguesa, com a interpretação do tenor Márcio da Rosa e o acompanhamento ao piano por Isabel Calado.

No decorrer da programação musical, destaque para o ciclo Música e Romantismo, desenvolvido pela pianista e investigadora Sofia Lourenço e o organista Pedro Monteiro até março, em todas as últimas quintas do mês, às 19 horas. A sessão de dia 25 de novembro centra-se nas figuras dos compositores Isaac Albéniz e Manuel de Falla, interpretados ao piano, e a conversa tem como convidado o poeta e crítico literário António Carlos Cortez a quem se propõe falar sobre o Romantismo Ibérico na atmosfera lírica e dramática.

O Museu da Cidade vem apontando a Extensão do Romantismo como lugar chave para repensar e ampliar os romantismos na cidade. É nesse sentido que o museu em construção levanta o véu sobre a programação do próximo ano, que mantém a Natureza como tema central.

Reativação dos Caminhos do Romântico, Núcleo documental e a Evocação da artista Aurélia de Sousa concretizam a nova montagem

Na também conhecida como Casa da Quinta da Macieirinha está a ser instalado o Núcleo dos Caminhos do Romântico, que será o ponto de partida e, por vezes, de chegada, das várias rotas desenhadas. Entre os vários Topos, destaca-se aquele dedicado à passagem do Rei Carlos Alberto na cidade do Porto. Mas na Extensão do Romantismo será também ativado um Núcleo Documental audiovisual histórico em que os visitantes poderão conhecer em pormenor a longa existência do Museu Romântico, as histórias e os protagonistas, também do ponto de vista museológico, que moldaram e criaram o espírito daquele lugar. Nesse contexto, serão abertas ou reabertas salas atualmente encerradas, como é o caso do Oratório, a pequena capela — com o típico revestimento decorativo em escaiola —, que serviu o insigne Rei, retratada por Enrico Gonin.

A evocação da artista portuense Aurélia de Sousa, no ano em que se marca o centenário da sua morte, será o momento central da programação do Museu da Cidade que arranca na primavera de 2022.

O célebre autoretrato da artista enquanto Santo António constitui-se como trabalho central na nova montagem que reúne um assinalável conjunto de peças das coleções do Museu da Cidade: mobiliário, tapeçaria e têxteis, cerâmica, louças e prataria, mas também núcleos importantes da coleção, tal como os conjuntos de leques e de malacologia e as obras de António Carneiro, cujo atelier se encontra atualmente encerrado para obras de reabilitação. Algumas obras foram anteriormente mostradas no antigo Museu Romântico, outras nunca antes vistas. A próxima montagem tem como título Metamorfoses: imaginário vegetal, animal e mineral no espaço doméstico romântico e, partindo das coleções, desenvolve-se enquanto um programa de investigação que tem como premissa pensar “o espaço doméstico romântico como ponto de confluência e de recolha dos cacos de um mundo em caos e em permanente devir, como espaço heurístico de observação, de pensamento e de intuição, como espaço poético onde as coisas de todas as sortes se encontram e convivem. A casa como gabinete de curiosidades, como museu”, como é referido numa nota extraída do dossier de trabalho sobre a exposição.

Esta exposição acontece na sequência de um trabalho estrutural que vem sendo desenvolvido há dois anos em torno da coleção do Museu da Cidade, que engloba a introdução e consolidação de práticas integradas de conservação preventiva, de inventariação e de melhoramento ambiental das diferentes estações, assim como um considerável investimento na organização e qualificação dos espaços de reserva, cuja restruturação terá como centro o Abrigo dos Pequeninos - Núcleo de Gestão da Coleção.