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A cidade “revisita o seu herói” numa exposição patente no átrio dos Paços do Concelho

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Foi inaugurada ao final da tarde de quinta-feira, no átrio dos Paços do Concelho, a exposição “D. Pedro. A Independência do Brasil e o Porto”, que ilustra a relação entre D. Pedro, a cidade do Porto e o processo de emancipação do Brasil.

Numa curta intervenção antes de visitar a mostra, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, sublinhou que “os 200 anos da independência do Brasil são uma oportunidade única para a cidade revisitar o seu herói.”

“D. Pedro tem a ver com o espírito e resistência da cidade. Em muitas coisas, parece um herói de banda desenhada. O coração dele está aqui porque o Porto foi a cidade que o compreendeu. O Porto deve-lhe o que somos”, frisou o autarca.

Numa cerimónia em que estiveram presentes o presidente da Assembleia Municipal, Sebastião Feyo de Azevedo, e a cônsul-geral do Brasil no Porto, Maria Stela Pompeu Brasil Frota, entre outras entidades, Rui Moreira realçou que a figura do monarca “liga-nos ao Brasil.”

“Brasil e Portugal são duas pátrias irmãs. Há uma ligação especial do Porto ao Brasil, daqui partiram muitos portugueses que ajudaram a construir o país. Tive oportunidade de estar no Brasil, e muita gente com quem falei me deu conta dessa ligação muito forte”, acrescentou.

“O Porto foi o epicentro das comemorações em Portugal. Tivemos inúmeras iniciativas, não podíamos deixar de assinalar”, concluiu o presidente da Câmara do Porto.

A exposição “D. Pedro. A Independência do Brasil e o Porto” é a mais recente delas, e ficará patente até 30 de março. A entrada é gratuita, estando disponível de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Aos sábados e domingos a mostra pode ser visitada das 15h às 18h, encerrando apenas nos dias 31 de dezembro, 1 e 2 de janeiro.

Integrando documentação variada, gravuras, quadros a óleo, uniformes, armamento, moedas, partituras, entre outras peças, a mostra contou com o apoio científico do CITCEM – Centro Interdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

A comissária da exposição, Conceição Meireles Pereira, recordou o início do projeto e o trabalho realizado para o colocar de pé. “Não seria possível sem toda a equipa que contribuiu. Quero agradecer aos elementos do Município que tornaram possível a transformação da maquete do PDM” onde é possível situar geograficamente as batalhas da Revolução Liberal.

“Os oito núcleos da exposição evidenciam uma personagem central com uma personalidade especial. D. Pedro é uma figura controversa”, acrescentou a professora do Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da U.Porto, fazendo uma evocação do percurso de vida do monarca: “Tornou-se, inevitavelmente, um símbolo.”

E exposição apresenta-se “orgulhosamente amiga do ambiente”, concluiu Conceição Meireles Pereira, por reunir materiais e procedimentos sustentáveis. As madeiras utilizadas nas estruturas da exposição são em MDF ecológico; as fotografias em relevo foram impressas em placas texturadas PVC-Free; as tintas de impressão são látex 100% ecológicas, sem poluentes de ar prejudiciais. A serralharia foi tratada e pintada com tintas à base de água; a iluminação é constituída por leds de muito baixo consumo; os tecidos das caixas luminosas são produzidos com fiação feita com plásticos retirados dos oceanos; o vinil de revestimento, ou recortado, é 100% ecológico; e os acrílicos são reciclados e colados a laser.