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500 anos da Rua das Flores em exposição na Misericórdia do Porto

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A exposição «Rua das Flores: Passagem e Permanência», que pode ser visitada no Museu da Misericórdia do Porto, pretende oferecer aos visitantes uma narrativa sobre os 500 anos de uma das principais artérias da cidade.

Foi em 1521 que D. Manuel I dava ordem para que a cidade ribeirinha e portuária desbravasse trilho para norte através da abertura da Rua de Santa Catarina das Flores a partir do centro que representava, já na altura, o Largo de S. Domingos, assim batizado pela proximidade com o Convento com o mesmo nome, albergue de monges dominicanos.

A nova rua foi a escolha da nobreza para se começar a fixar no Porto, aproveitando o fim da prerrogativa que vigorava na cidade impedindo os nobres de se fixarem no burgo. Nomes como os Cunha Pimentel, os Ferrazes Bravo ou os Sousa e Silva definiram, desde logo, a riqueza que haveria de circular naquela artéria.

Ali ganhou espaço a igreja da Misericórdia do Porto que, pela mão de D. Lopo de Almeida, que a ela deixou a sua fortuna, modernizou o hospital de Santa Maria de Rocamador. É Nasoni que assume a autoria da fachada da igreja que hoje se vira para a Rua das Flores. Hoje, quando se assinalam os 500 anos da artéria, é o Museu e Igreja da Misericórdia do Porto que lhe presta homenagem.

Dela tanto se disse, só indiferente nunca foi. “Rua dos fidalgos e dos mercadores, dos ourives e dos amores”, descreve Horácio Marçal, ou “rua mui nobre”, considera João de Barros. “Uma rua digna de Florença”, comparava Eugénio de Andrade, enquanto para Helder Pacheco “toda a rua é um museu de arquitetura e de elementos artísticos”.