Sociedade

1,5 milhões para estudar a diabetes

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José Bessa, investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do
Porto (i3S), acaba de ser contemplado com um financiamento
de 1,5 milhões
de euros, atribuído pelo European Research Council (ERC),
para estudar o desenvolvimento e o funcionamento do pâncreas, nomeadamente em
doentes com Diabetes.


 


A
desenvolver durante os próximos cinco anos, o projeto distinguido pelo ERC tem como
alvo de estudo o reguloma do pâncreas, ou seja, as regiões do
genoma dos seres vivos que, no seu conjunto, regulam a formação e funcionamento
daquele órgão. Erros nessas zonas regulatórias, ou nos reguladores que
sobre ela agem, estão na base de várias doenças que conhecemos.


 


É
o caso da Diabetes, doença que a equipa de José Bessa tem em mira já há muito
tempo. "Neste projeto em particular queremos decifrar o código do DNA que
não contém genes e tentar compreender como é que modificações subtis nesse
código podem contribuir para o desenvolvimento da diabetes".


 


Durante o projeto, os cientistas
do i3S vão utilizar como animal modelo um peixe tropical,
cujo pâncreas é muito semelhante ao dos humanos. A ideia passa por
"induzir mutações do genoma não modificante e ver se conseguimos recapitular
uma condição semelhante a diabetes tipo 2", refere José Bessa, para
quem o financiamento do ERC será "crucial para resolver questões
científicas mais complexas" e "permitirá desenvolver investigação ao mais
alto nível, recorrendo a tecnologia de ponta".


 


Em comunicado, o i3S também
congratula  a distinção e considera que "sem este tipo de financiamentos
mais avultados, ou com financiamentos mais limitados, os passos que se dão no
conhecimento são também limitados".


 


"Em áreas científicas muito
competitivas, como é o estudo da Diabetes, haverá sempre alguém, noutro país,
em condições para dar passos de gigante. Por isso, a ciência portuguesa está,
mais uma vez, de parabéns ao conseguir angariar as condições para competir a
nível mundial", frisa aquele centro de investigação da U.Porto.


 


Recorde-se que, na edição de 2015,
só o i3S conseguiu, além desta, uma outra ERC consolidator grant,
atribuída a investigadores com carreiras mais avançadas, no caso, a Hélder
Maiato.


 


José Bessa é Investigador
Auxiliar no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do
Porto (i3S). Licenciado em Microbiologia pela Universidade Católica Portuguesa,
doutorou-se em Ciências Biomédicas pelo Instituto de Ciências Biomédicas de
Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto em 2008, tendo focado a sua tese
no desenvolvimento dos órgãos visuais de vertebrados e insetos. Segue-se um
período em Sevilha, onde dedica os seus estudos avançados de
pós-doutoramento na área da genómica funcional de vertebrados, desenvolvendo
técnicas inovadoras que, entre outras, permitem inativar sequências de DNA que
controlam a atividade dos genes. Em 2013 regressou a Portugal e formou o grupo
de Desenvolvimento e Regeneração de Vertebrados que atualmente lidera, no
Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto (IBMC) hoje integrado no
i3S.


Fonte: Portal de Notícias da U.Porto