125 anos de história prestes a serem reerguidos na Praça da República

Trata-se de revitalizar 125 anos de história. A Câmara do Porto lançou, esta terça-feira, o concurso público para requalificação do Jardim Teófilo Braga. A missão é a de reafirmar a Praça da República como local de referência na cidade, devolvendo àquele espaço emblemático a sua atratividade e tornando-o mais acessível e funcional para a comunidade e para quem o visita. Investimento municipal é na ordem dos 1,5 milhões de euros.

Durante a apresentação da intervenção, na reunião de Executivo de segunda-feira, o vice-presidente da Câmara reforçou que se trata de "um projeto que vem na sequência do que temos feito ao longo dos últimos anos de requalificação, recuperação e expansão de muitas das áreas verdes da cidade".

Nas palavras de Filipe Araújo, a Praça da República é "muito especial, mas está num estado de degradação muito adiantado". Por isso, o responsável pelo Ambiente e Transição Climática sublinhou a "grande intenção de arborizar" o espaço, com mais de 13 mil arbustos e 150 árvores, assim como de "fazer com que dê para múltiplos eventos" e oportunidades de reunião das pessoas, "de forma mais informal".

"Isto vem dar resposta àquilo que é a pretensão da população na utilização que faz daquele espaço", acredita o vice-presidente.

Assumindo esta como uma intervenção prioritária dentro da estratégia municipal, no domínio do ambiente e espaços verdes, o projeto desenhado para o Jardim Teófilo Braga está alinhado com a visão e os objetivos de desenvolvimento urbano sustentável da cidade, promovendo a reabilitação e a revitalização de áreas urbanas centrais, de forma a proporcionar benefícios significativos à comunidade, reflexo do uso do espaço público e de uma maior coesão social.

Lugar de revoltas, de lazer e conforto

Convidada a pensar a intervenção, Teresa Marques, professora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, sublinhou a obrigatoriedade de se "olhar para o valor patrimonial desta praça". Não se quer "apenas um projeto novo, mas um projeto que respeite a sua evolução ao longo dos tempos", assim como "o seu papel na cidade".

A Praça da República foi palco de exercícios militares – que influenciaram o traçado do espaço – , local onde se iniciaram revoltas, se afirmaram ideais políticos e se realizaram eventos públicos oficiais de dimensão nacional.

Salvaguardando o legado histórico deste jardim público, o Município assegura um lugar de destaque para as várias designações da praça e datas evocativas dos acontecimentos políticos mais significativos que nela tiveram lugar: Campo de Santo Ovídio, 24 de Agosto de 1820, Revolução Liberal do Porto, Campo da Regeneração, 31 de Janeiro de 1891, República, 5 de Outubro de 1910, Jardim Teófilo Braga.

Teresa Marques adianta que o jardim se irá transformar numa "enorme clareira com mais espaço relvado para permitir o recreio, espaço para as crianças brincarem", não esquecendo "as sombras que criam o conforto no espaço público" e os locais para sentar. No centro da praça, manter-se-á a palmeira e as camélias serão "portuenses".

Com um prazo de execução de 300 dias, a obra será assegurada pela GO Porto e deverá arrancar em 2024.