Economia

Estudo indica que interesse das empresas pelo Porto disparou nos últimos 2 anos

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A procura de escritórios no Porto duplicou a média anual
registada na última década. A conclusão é de um estudo sobre o mercado de
escritórios elaborado pela Cushman Wakefield/Predibisa, apresentado na semana
passada e que revela uma tendência para procura de áreas maiores. O Porto está,
segundo o documento, a ser cada vez mais desejado por empresas tecnológicas
e, se até 2014 a procura era maioritariamente interna, passou, desde então, a
ser internacional.


Graça Ribeiro da Cunha, diretora da Predibisa, citada pelo
semanário Expresso, é responsável pelo departamento de escritórios e retail e
afirma que existe "uma forte intensão de investimento no Porto" e diz que no
final do terceiro trimestre de 2016, quando fez contas, percebeu que "tinha uma
dúzia de pedidos de arrendamento de escritórios para áreas acima de 700 m2, mas
não tinha resposta para eles".


De acordo com o estudo, a explosão da procura traz um novo
perfil de ocupantes. Eram maioritariamente nacionais, até 2014. A partir desse
ano, passou a haver uma forte presença de multinacionais e um dos sectores que
se destacam na procura é o das empresas tecnológicas, com a área financeira a
assumir, também, protagonismo.


FINANCIAL TIMES INDICA
O PORTO


Na apresentação, que decorreu no auditório da Biblioteca
Almeida Garrett, na passada quarta-feira, e que contou com a presença de Rui
Moreira, o autarca recordou que também de acordo com a publicação de referência
"fdi Intelligence" do Financial Times, o Porto está entre as três melhores
cidades da Europa do Sul para investir. "Tal não nos surpreende, dadas as
vantagens competitivas que a cidade apresenta em termos de localização
estratégica, talento e qualidade da sua força de trabalho, da sua rede de
I&D e inovação, da sua infraestrutura de grande qualidade, dos seus custos
competitivos e da sua extraordinária qualidade de vida", referiu.


O autarca do Porto afirmou mesmo que "no que concerne à
capacidade de renascimento do tecido empresarial na cidade, o Porto tem uma
escala e uma massa crítica impressionantes para uma cidade da sua dimensão" e
avançou com números de demonstram o crescimento acentuado do interesse pela
cidade nos últimos três anos.


PROCURA DE EMPRESAS
PELO PORTO DISPAROU DESDE 2013


"Em 2015, foram constituídas no Porto 1.722 empresas, 139
das quais são industriais e 1.585 de serviços. Estes números mostram um
crescimento de 30% relativamente a 2012. Outro estudo demonstra que o Porto já
é líder nacional na criação de startups, tendo recentemente ultrapassado a
capital neste domínio", lembrou Rui Moreira, prosseguindo: "o mercado de
escritórios no Porto literalmente desapareceu desde 2006, ano em que o último
edifício de escritórios se ergueu na cidade (edifício Burgos na Boavista)."


Em 2013, arrendar um escritório no Porto custava 187,25
euros por metro quadrado por ano, ou 15 euros por metro quadrado e por mês, já
incluindo renda, condomínio e manutenção. "São dos escritórios mais baratos do
mundo", referiu Rui Moreira. De acordo com um estudo de uma consultora
internacional, o Porto surgia nessa altura em 124.º lugar num total de 126
localizações analisadas. Ou seja, arrendar um escritório custava menos do que
em Hanói, em Atenas ou Guadalajara, no México.


"Felizmente a estratégia de alavancagem da imagem da cidade
através do turismo, permitindo dar a conhecer a cidade ao Mundo, começa a dar
os seus frutos em termos de capacidade de atração de empresas que procuram a
localização estratégica da cidade e principalmente os seus recursos de
qualidade impar, que advêm da Universidade do Porto e do Politécnico do Porto",
garantiu.


CÂMARA DO PORTO APOIOU
A INSTALAÇÃO DE 67 PROJETOS EM 2016


"No domínio do desenvolvimento económico e da atração de
investimento, o Município centrou a sua atuação na criação de um ecossistema e
um ambiente de negócios competitivo, que potencie uma nova dinâmica económica
na cidade do Porto, capaz de captar investimento estruturante e promover a
criação de emprego qualificado", explicou Rui Moreira, avançando com alguns
números referentes a 2016: "no âmbito da atividade de angariação de
investimento, no ano de 2016 foram atendidos mais de 175 potenciais
investidores e apoiados 67 projetos de investimento, maioritariamente em
atividades baseadas em conhecimento e com elevado potencial de crescimento, 36
dos quais de âmbito internacional, com destaque para o setor das TIC, serviços
partilhados de alto valor acrescentado, turismo e imobiliário".


Do total de projetos de investimento captados em 2016, já foram
instalados 13 novos e mais de 42 estão em fase de implementação ou negociação,
contribuindo para a atração de empresas nos diversos setores de atividade e,
sobretudo, para o desenvolvimento de atividades económicas de alto valor
acrescentado e de cariz tecnológico, que potenciam o crescimento do PIB da
região, as exportações e a criação de emprego.