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32 cartazes alusivos ao Mundial já podem ser vistos no átrio da Câmara do Porto

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No dia em que a competição arrancou no relvado de Moscovo, a sensivelmente 4.500 quilómetros de distância, acaba de ser inaugurada no átrio dos Paços do Concelho a exposição Footb-all Mix, uma mostra que reúne cartazes de 32 designers oriundos dos países que jogam no Campeonato do Mundo de Futebol, convidados a interpretar este fenómeno desportivo. De entrada é livre, estará patente até à grande final, marcada para o dia 15 de julho. Veja em fotos alguns exemplos.

O Mundial de Futebol também se vive com intensidade no interior da Câmara do Porto. A partir de hoje ficam expostos, no átrio do Município, 32 cartazes alusivos à competição. Cada um deles chega-nos através de conceituados designers de cada um dos países que participa no Mundial. Há cartazes de nações tão distintas como Austrália, Arábia Saudita, Senegal ou Polónia, entre muitos outros que, certamente, vão despertar a curiosidade dos visitantes.

Na cerimónia de inauguração, Eduardo Aires, designer convidado para criar o cartaz português, conduziu o presidente da Assembleia Municipal, Miguel Pereira Leite, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, e vereadores do Executivo Municipal pela exposição, fazendo algumas observações relativamente aos cartazes dos seus pares, de onde se destacam nomes como os de Neville Brody (Inglaterra), Ken Cato (Austrália), Ahn Sang-Soo (Coreia do Sul), ou Pere Torrent, conhecido como Peret (Espanha). Entre as regras que todos os designers tiveram de seguir, informou, constava o impedimento de utilização de nomes e imagens de jogadores, bem como de palavras diretamente relacionadas com o tema.

A iniciativa inédita, designada Footb-all Mix, recebe curadoria de outros dois nomes de referência no design mundial: a boliviana Susana Machicao e o brasileiro Felipe Taborda.

Em Portugal, só mesmo no átrio da Câmara do Porto terá a possibilidade de ver a exposição que é replicada em cada um dos 32 países que jogam no Mundial de Futebol 2018.

Relembramos que todos os jogos do Campeonato do Mundo de Futebol são transmitidos em ecrã gigante no Largo do Amor de Perdição (Cordoaria), local onde foi montado pela Câmara do Porto o Estádio Mundial 2018.

Cartaz de Portugal tem assinatura de Eduardo Aires

Sob o mote "Paixão, suor e lágrimas", adaptado à expressão "sangue, suor e lágrimas", o cartaz português, produzido pela equipa de Eduardo Aires, apresenta-nos em fotografia (da autoria de Miguel Nogueira) um close-up (plano fechado) de uma bola de futebol com gotículas de água que simbolizam, precisamente, o esforço depositado no relvado pelos jogadores, como se de suor se tratasse. "Vou aos sentimentos mais básicos que habitam em qualquer um de nós e que unem o futebol: a alegria, o esforço e a paixão", explica o designer.

Admitindo que a ideia não surgiu de forma imediata, porque também no design é preciso "muita paixão, muito suor e muitas lágrimas", Eduardo Aires preferiu sublinhar o caráter sui generis da iniciativa. "A ideia parte da curadoria de um designer brasileiro, Filipe Taborda, juntamente com a boliviana Susana Machicao, que dirigiram o convite a 32 designers que têm as suas seleções no Mundial da Rússia". O caráter pioneiro da exposição, salientou, evidencia-se na ativação da ideia, uma vez que cada designer assumiu "uma espécie de subcuradoria" no seu país de origem. "Tivemos de arranjar espaço e prepará-lo para que nestas datas, em simultâneo, estes mesmos cartazes fossem revelados em 32 países". Em Portugal, foi a Câmara do Porto que acolheu a exposição, cuja apresentação e organização espacial esteve a cargo do arquiteto José Guerra.

Para Eduardo Aires, os cartazes expostos "acabam por refletir a interpretação do fenómeno desportivo através das idiossincrasias de cada país", que são também visíveis, indica, na utilização de expressões diversas, que vão desde a fotografia digital até à ilustração (de que é exemplo o cartaz egípcio).

Numa entrevista dada em tempos à Umbigo Magazine, Eduardo Aires disse que desde que se conhece se expressou através do desenho. Mas o momento de epifania viria a surgir por volta dos 12 anos, ao observar as soluções gráficas adotadas pela marca do banco alemão Sparkasse, que o deixaram fascinado. Aos 18 anos, já "brincava" com a tipografia e, pela mesma altura, entusiasmou-se pelas técnicas de impressão.

Depois de 15 anos a trabalhar como freelancer, o também professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto criou o White Studio, cujo nome, mais recentemente, depurou para Studio Eduardo Aires.

Em 2014, acrescentou um ponto ao Porto e concebeu a marca "Porto.", um case-study entre os profissionais de design de todo o mundo e um fenómeno de sucesso - reconhecido internacionalmente - de uma cidade que soube capitalizar a sua identidade através da iconografia. Desde então, por este trabalho, já acumulou galardões internacionais, como os "Graphics Awards", uma das maiores distinções de design e branding do mundo, atribuídos anualmente pela editora Graphis, sediada em Nova Iorque, onde venceu um "Silver Graphics Award" na categoria de "Print Branding".

Antes, já tinha conquistado um Lápis nos D&ED Awards, em Londres, e o duplo ouro nos European Design Awards, em Istambul - nas categorias de implementação de marca e prémio de melhor trabalho do ano, em todas as categorias "Best of Show".

No verão de 2016, Eduardo Aires voltou a conquistar ouro em Nova Iorque, nos ""Graphics Awards", desta feita com os materiais de divulgação desenvolvidos para o Teatro Municipal do Porto. Para além destes dois projetos, o estúdio do conceituado designer é o responsável pelo desenvolvimento da marca do Mercado Temporário do Bolhão.