Sociedade

20 milhões de euros para reabilitar o Bolhão. Projeto mantém a traça original e mercado de frescos

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Rui Moreira apresentou hoje o projeto do mercado do Bolhão, edifício
icónico da cidade e que estava há 30 anos à espera de obras de reabilitação. O
projeto é conservador, mantém a traça original do espaço, preserva o mercado de
frescos e introduz diversas soluções tecnológicas para torná-lo mais seguro e
confortável.


A intervenção vai privilegiar soluções tecnológicas atuais, o
conforto dos comerciantes e visitantes, a segurança humana e alimentar, redes de eletricidade, esgotos, frio
e aquecimento modernas. O edifício será dotado de coberturas no piso inferior, acesso direto ao metro e cave técnica com acesso para cargas e descargas a partir da rua Alexandre Braga. O piso superior, com entrada pela rua Fernandes Tomás, vai manter a parte comercial e instalar restauração, transferindo todo o mercado de frescos para o piso inferior.


"E tudo isto, sem estragarmos o Bolhão. Tudo isto, mantendo a
sua traça, a sua função, as suas soluções mais genuínas e a sua alma", garantiu
o presidente da Câmara Municipal do Porto, no discurso da apresentação do
projeto, que decorreu esta manhã no próprio mercado e que contou com a presença
do vereador do urbanismo, Correia Fernandes e o arquiteto responsável pelo
projeto, Nuno Valentim.


"Temos que garantir a elevação de pessoas com mobilidade
reduzida através de elevadores; temos de assegurar que aqui se podem fazer
cargas e descargas com condições de sustentabilidade e conforto para as
imediações do mercado. Temos que garantir que, (...), o mercado apresenta
condições competitivas para que a indústria da restauração e da hotelaria aqui
venha abastecer-se", explicou o autarca.


Rui Moreira prefere classificar a empreitada simplesmente
como ""O Projeto do Mercado Bolhão", um projeto que tem "uma dimensão de arquitetura,
uma dimensão económica, uma dimensão cultural, uma dimensão turística e uma
dimensão humana que ultrapassam, até, qualquer entendimento técnico", sublinhou.


O presidente da autarquia portuense adiantou ainda que o
concurso público para a execução da obra será lançado depois do próximo verão,
mas não se compromete com datas para a finalização da mesma.


"A obra será feita no menor prazo possível para ficar bem
feita, a tempo dos seus atuais vendedores regressarem e voltarem a encher este
lugar com a sua fruta, as suas flores e sua alegria", garante.


Rui Moreira assegura ainda que não serão indispensáveis
verbas privadas para a concretização do projeto, pois a autarquia, graças à
folga orçamental que apresenta, garante os 20 milhões de euros necessários à
execução do mesmo e que incluem ainda o mercado transitório que vai acolher os
comerciantes até ao final da empreitada.


"Embora isso não me assustasse como hipótese de recurso,
posso ainda garantir que este projeto não precisará de dinheiros privados para
ser executado. A Câmara do Porto, graças a um caminho de sustentabilidade que
encetou há anos e que no último ano e meio soubemos honrar, tem uma situação
financeira que lhe permite encarar este desafio sem sobressaltos e sem depender
de ninguém", frisou. O autarca admite, contudo, a candidatura a fundos
comunitários, dada a importância patrimonial e histórica do edifício para a
cidade, avançando ainda a intenção de arranjar mecenas para apoiar a animação do espaço.


Recorde-se, que o mercado do Bolhão está, desde 2005, suportado
por andaimes devido a um alegado risco de ruína que só não levou ao seu
encerramento porque os comerciantes o impediram.


Teve um primeiro projeto de requalificação em 1998 e foi
objeto de muitas promessas eleitorais, mas nunca nada saiu do papel pelas mais
diversas razões.

Veja o discurso na íntegra do Presidente da Câmara Municipal do Porto aqui.

Conheça também o vídeo de apresentação do projeto: