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Pelo 3.º ano consecutivo vive mais gente no Porto: subida ultrapassou os 1.000 novos residentes em 2019

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É o crescimento mais acentuado dos últimos três anos. De 2018 para 2019, a cidade do Porto registou um aumento de 1.009 habitantes, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.

São números históricos e que confirmam um crescimento sustentado do número de moradores na cidade ao longo dos últimos anos, contrariando a tendência das quatro décadas anteriores em que perdeu cerca de 100 mil habitantes.

Em 2017, o Porto tinha 214.353 residentes, em 2018, esse número não desceu, e até cresceu em mais algumas centenas para os 214.936 de habitantes. No ano passado - sabe-se agora - a Invicta foi nova casa para mais de 1.000 pessoas, fixando-se a última contagem nos 215.945 de população residente.

Os dados foram atualizados em junho de 2020 e reportam-se a 2019. Mais do que números, espelham uma tendência que, de ano para ano, é cada vez mais consistente. O Município do Porto tem estancado uma sangria que levou, já com desfecho neste século XXI, a uma perda significativa da sua população, cerca de uma centena de milhar, aproximadamente um terço da soma que exibia no início da década de 70.

Isto numa época em que um dos grandes desafios que se impõe aos centros urbanos, nacional e internacionalmente, é precisamente este: que instrumentos tem a administração local ao seu alcance, que sejam suficientemente combativos para, face à escalada de preços da habitação que não acompanhou os rendimentos da população, criar condições para atrair novos moradores? Sejam eles efetivamente novos para a cidade ou correspondam a uma franja que, por razões diversas, teve de abandonar a cidade, mas que alimenta o desejo de poder regressar.

Ainda que o atual quadro de pandemia possa alterar um pouco este paradigma, considerando que os meios rurais têm aqui uma oportunidade para se tornarem locais mais atrativos para primeira morada, o certo é que a atual falha de mercado na habitação - que não é exclusiva ao Município do Porto, bem pelo contrário, trata-se de um problema transversal - estará para durar.

O que já tem sido feito para atrair nova população

Para que no próximo ano o crescimento do número de habitantes seja novamente notícia (sendo até aqui justificado pela dinâmica que a cidade do Porto soube imprimir ao longo dos últimos anos, ao nível social, económico, cultural, numa época em que também o turismo cresceu e - como se vê - não ameaçou a chegada de novos residentes), a Câmara do Porto tem vindo a trabalhar em várias frentes, com medidas específicas.

No ano passado, tinha já aplicado a redução do IMI e IMT. Criou novas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) e Operações de Reabilitação Urbana (ORU), com forte incidência na zona oriental.

Recentemente, entregou as primeiras chaves das casas do Morro da Sé, reabilitadas pela empresa municipal SRU, que daqui a dias, em agosto, estarão cheias de vida, com a chegada das novas famílias, que pagarão por elas uma renda acessível.

Até 2022, o plano passa por disponibilizar 1.000 fogos para arrendamento acessível, essencialmente no centro da cidade, com o suporte do programa Porto com Sentido.

Também o próximo Plano Diretor Municipal (PDM), em fase final da revisão, estabeleceu como prioridade a recuperação demográfica e, para tal, quer reforçar a oferta de habitação, promovendo o aumento dos índices de edificação em determinadas zonas da cidade, discriminando positivamente a construção de habitação acessível e a criação de novas áreas de atividade económica.