Sociedade

Drive-thru no Queimódromo já arrancou para acelerar processo de vacinação

  • Cláudia Brandão

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Custou a arrancar, mas já está em processo de aceleração aquele que é o primeiro centro de vacinação drive-thru do país. O momento foi assinalado ao início da tarde desta quinta-feira pelo Município do Porto e pelos parceiros que permitiram concretizar a ideia ao fim de mais de quatro meses: o Hospital de São João, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), a Unilabs e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Porto Oriental.

“Precisamos de vacinar em força”, sublinhou o presidente da Câmara do Porto. Rui Moreira não tem dúvidas de que “temos aqui condições para fazer algo bem feito” e "atenuar a pressão nos outros pontos de vacinação da cidade, bem como permitir um processo seguro de vacinação, em larga escala". "Ao conforto e à segurança que o sistema drive-thru oferece, alia-se a facilidade de acesso a todos os utentes através do nosso protocolo com as associações de táxis que permite o transporte para este centro por apenas dois euros", lembrou o autarca.

Até ao início da tarde já duas dezenas de pessoas tinham sido vacinadas no centro e o autoagendamento para o local também já está disponível. Na próxima semana, a partir de dia 14 de julho, começarão a ser chamados os utentes que tenham feito a marcação.

Com 12 linhas de vacinação – dez em modo drive-thru e duas em walk-thru (a pé) – o centro de vacinação no Queimódromo abre mais de quatro meses depois de estar operacional, dado que a autorização da parte do Governo e da task-force do plano de vacinação só chegou no final de junho.

Inicialmente em modo piloto, arranca com capacidade para 100 inoculações diárias, evoluindo para as 200 e, a partir de 14 de julho, para as 500 vacinas administradas diariamente. Quando estiver em pleno, cerca de duas mil pessoas poderão ser imunizadas no drive-thru do Porto todos os dias.

Para o diretor do laboratório Unilabs, responsável pela logística da operação e pela disponibilização dos técnicos de vacinação, o momento de abertura do centro “só foi possível pela persistência da Câmara do Porto e do seu presidente em querer ajudar as autoridades de saúde, em querer vacinar mais pessoas”. Luís Menezes acredita que “se este modelo puder ser replicado [no país], melhor”.

No mesmo sentido, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de São João reforçou “o esforço de planeamento e antecipação da Câmara do Porto em devido tempo” e a sua “capacidade em criar soluções”. Para Fernando Araújo este é “um processo inovador e de grande valor para a cidade” e “um exemplo para o país”.

O presidente da ARS-Norte garante que o centro no Queimódromo será uma mais-valia “agora que temos um grande volume de vacinas disponíveis”. Carlos Nunes defende que “este combate não se faz apenas com profissionais e instituições de saúde, mas com todas as entidades”. Não era possível combater a pandemia sem este envolvimento, esta colaboração”, afirmou.

O presidente da Câmara do Porto explicou, ainda que caberá ao Município a “disponibilização da Proteção Civil e da Polícia Municipal para apoio ao centro, bem como para o transporte das vacinas em segurança”. No arranque do drive-thru estiveram, ainda a diretora do ACeS Porto Oriental, a vereadora com o pelouro da Proteção Civil, Cristina Pimentel, e Fernando Paulo, vereador com o pelouro da Coesão Social.

O drive-thru no Queimódromo nasce de um memorando de entendimento entre a Câmara do Porto e o Hospital de São João, em parceria com o laboratório Unilabs Portugal. Na apresentação do espaço, em fevereiro, o presidente da Câmara do Porto afirmou, também, a disponibilidade do Município para abrir outras valências do género: um drive-thru no antigo parque de recolha da STCP, em São Roque, e um sistema walk-thru nos Jardins do Palácio de Cristal. Segundo Rui Moreira, estando os três em funcionamento e havendo stock de vacinas seria possível inocular toda a população do Porto em apenas dois meses.

O modelo já se havia mostrado funcional na operação de testagem da doença logo quando os primeiros casos de Covid-19 foram detetados no país, em março de 2020. Nessa altura, a cidade do Porto montou, também no Queimódromo e em menos de 72 horas, o primeiro centro de rastreio em modelo drive-thru em Portugal.