Cultura

Um roteiro de luz para descobrir num percurso pelo Centro Histórico

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Até oito de janeiro é possível percorrer um roteiro de luz
pelo Centro Histórico do Porto e descobrir as seis instalações criadas pelo
projeto Alumia que vem trazer uma nova luz ao património e que foram ontem
inauguradas, dia em que se assinalou 20 anos da classificação do Centro
Histórico do Porto pela UNESCO como Património Mundial.


Localizadas no Jardim da Cordoaria, Largo do Amor de
Perdição, Clérigos, Largo dos Lóios, Estação de São Bento e Bairro da Sé, as instalações
são resultantes de convites a artistas e coletivos.


A primeira, intitulada "Kaleidotree", instalada no Jardim da
Cordoaria e da autoria do coletivo Openfield, recorre ao efeito caleidoscópio
para transformar a luz através da sua quebra e com isso criar um ambiente de
fantasia. A instalação, constituída por 57 luminárias, integra-se nas árvores
do Jardim da Cordoaria como um "fruto" que há noite se transforma e ilumina o
jardim com magia. Este é um convite à experiência noturna que provoca o
imaginário ligado à nossa infância.


Segue-se "Eclipse", no Largo do Amor de Perdição, da FAHR
021.3, que é assumida como um objeto estranho que interfere com a leitura
espacial do próprio largo junto à antiga Cadeia da Relação. Durante o dia,
Eclipse tira partido da luz natural, e no período noturno recorre à luz difusa,
artificial, que pauta a cidade.


"Every Wall is a Statement" de Tiago Casanova está instalada
nos Clérigos e inspira-se no contexto do património edificado, entretanto desaparecido,
do local em que se insere, reconhecendo a Muralha Fernandina que terá pautado
até 1987 a zona dos Clérigos. O uso do azulejo (utilizados mais de 1.500)
decorre da relação que faz com os elementos constituintes e identitários da
cidade.


A quarta instalação intitulada "Start", de Diogo Aguiar
Studio, explora a escala urbana e novos enquadramentos sobre o edificado do
Largo dos Lóios. É uma peça simultaneamente abstrata e figurativa e a sua
formalização resulta da subdivisão geométrica de um icosaedro em vinte partes
iguais. Apesar da ideia de leveza, a peça tem um peso de quase 4,3 toneladas.


Junto à Estação de São Bento encontramos "Wheels", da autoria
de Isabel Barbas e da Cooperativa Árvore. Wheels alude às simbologias do
movimento, da circulação e da viagem associadas à Estação de São Bento.
Ilumina-se através da reflexão de focos de luz do espaço urbano (flashes,
faróis, etc.) pelas bandas refletoras dos módulos de sinalização de trabalhos
na via pública. Sete círculos de cor fluorescente, com LED, celebram os 100 anos
da Estação.


O roteiro termina no Bairro da Sé com "Elegia", de Garcia e
Albuquerque, uma instalação que explora a luz através de plataformas circulares
que são colocadas em algumas das empenas do próprio bairro. A leitura do seu
conjunto e a perceção visual do bairro é possível de longe, permitindo a
contemplação da intervenção fora do bairro, convidando a percorrê-lo.


No total, durante os próximos seis meses, serão apresentadas
13 instalações no espaço público, as próximas sete serão selecionadas por via
de convocatória aberta, já a decorrer, cuja data limite de entrega de proposta
é dia 30 de dezembro. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no
sítio oficial do projeto.


Até oito de janeiro de 2017, diariamente, sempre a partir
das 17,20 horas, são promovidas várias visitas guiadas pelo Centro Histórico e
por este percurso, através do Serviço Educativo do projeto Alumia, numa
parceria com a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto.


 


Alumia vem "dar luz"
ao Centro Histórico


Depois do Manobras e do Locomotiva, o Alumia surge como o
novo programa de dinamização cultural promovido pela Câmara do Porto, desta
feita dirigido ao Centro Histórico, que é entendido como território de
intervenção e inspiração com diversas iniciativas que se prolongam até junho de
2017.


Cofinanciado por fundos comunitários, no âmbito do programa
Operacional Norte 2020, o projeto tem como mote a efeméride dos 20 anos da
classificação do Centro Histórico do Porto como Património Mundial, que se
assinalou ontem, cinco de dezembro de 2016.


A luz é entendida como a principal ferramenta de exploração,
revelação e transformação do património, oferecendo-lhe uma nova leitura e
novos significados.