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Ao fim de catorze anos o Terminal de Campanhã vai sair do papel e é conhecido esta sexta-feira

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Aqui vai nascer o Terminal de Campanhã

Miguel Nogueira

Prometido em 2003, o Terminal Intermodal de Campanhã sairá, finalmente, do papel. Esta sexta-feira, o júri do concurso lançado pela Câmara do Porto anuncia a solução vencedora, fazendo-a corresponder ao seu autor. A infraestrutura completará a intermodalidade da Estação de Campanhã, que já possui a vertente ferroviária e de Metro, ficando agora completa com o terminal destinado a autocarros. O júri irá tomar decisões até quinta-feira e na sexta saber-se-á quem é o vencedor, sendo revelado o projeto a executar.


Esta obra, considerada fundamental para o desenvolvimento da
zona oriental do Porto e para a mobilidade de toda a cidade, tinha sido
decidida pelo Governo há 14 anos, mas nunca tinha, realmente, avançado. Em
2015, na sequência do

Acordo do Porto, que Rui Moreira fechou com Passos Coelho
a garantia de que o Estado transferiria para a autarquia recursos, que os
terrenos pertencentes à Infraestruturas de Portugal (IP) seriam cedidos à
autarquia e que a Câmara do Porto poderia, ela própria, avançar com as obras.


Os trâmites administrativos do processo ainda demorariam
meses, mas, após as eleições legislativas, o novo Governo liderado por António
Costa viria a ratificar a decisão do anterior executivo.


Em agosto de 2016, foi então aberto o concurso público com
vista à apresentação de propostas que agora chega ao fim. Concorreram mais de
duas dezenas de candidatos.


O objetivo é dotar a zona de Campanhã de uma plataforma que
abranja os autocarros da STCP e dos operadores privados, comboios urbanos e de
longo curso, metro e táxis, aproveitando a localização que possui através das
acessibilidades rodoviárias como a Via de Cintura Interna (VCI) e das autoestradas
circundantes (A1, A3 e A4).


O projeto que esta sexta-feira será conhecido inclui a construção de
novas vias de acesso e lugares para estacionamento e ajudará a retirar tráfego
da Rua do Freixo. A obra inclui a construção de um dos principais nós da rede
de transporte público, enquanto interface estratégico de um anel de contorno da
cidade do Porto, funcionando em articulação com o interface da Casa da Música e
o futuro interface do Hospital de São João.


A estimativa geral da obra não deverá ultrapassar o limite de 6,4 milhões de euros e o concurso atribui prémios aos três primeiros classificados no valores de 12.500 euros, 10 mil euros e 7.500 euros. Todas as soluções apresentadas e consideradas meritórias pelo júri poderão ser publicadas e divulgadas. O programa preliminar do futuro terminal apresentado pelo Município aponta a conclusão da obra para o primeiro trimestre de 2019 e está incluído na Área de Reabilitação Urbana de Campanhã- Estação, recentemente anunciada e delimitada pela Câmara do Porto e que prevê investimentos na ordem dos 75 milhões de euros nos próximos 10 anos.

Esta obra conhecerá o seu projeto menos de 72 horas depois de ter sido anunciada a construção de uma nova linha de Metro no Porto.