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TAP suprime voo da noite

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A TAP decidiu, discretamente, descontinuar o voo noturno entre Lisboa e Porto, que servia de ligação à Invicta para os passageiros que vinham de voos de médio curso, a partir da Europa. Este voo, operado pela própria TAP, com aviões Airbus A319 e A320, tinha lugar às 22,35 horas e viajava sistematicamente lotado. Agora, o último voo, a hélice, passa para as 20 horas.


Apesar da TAP ter anunciado uma "ponte aérea" entre Lisboa e
Porto a partir de Março, data em que descontinuará vários voos de médio curso
europeus a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, a companhia aérea nacional,
repartida a 50% entre o Estado e os privados da Atlantic Gateway, não anunciou
publicamente a supressão deste estratégico voo TAP.


Contudo, já hoje é impossível marcar voos para Abril nesse
voo, que e a Câmara do Porto sabe ter sido descontinuado. A TAP, propriamente,
dita nem sequer terá voos durante a tarde entre Lisboa e Porto, limitando-se à
ponte aérea realizada com os aviões recondicionados da companhia brasileira
Azul.


Este facto obrigará a que os passageiros de mais de 20 voos
que provêm da Europa para Lisboa, entre as 19,30 horas e as 22,00 horas, fiquem
sem voo de ligação ao Porto e tenham que pernoitar em Lisboa, uma vez que o
último voo entre as duas cidades passa a ser às 20 horas. Mesmo este voo terá
capacidade para apenas 68 passageiros, pois será operado num dos ATR-72, aviões
a hélice ao serviço da companhia White, a que a TAP chamará TAP Express, mas
que mais não são do que os aviões que a Azul tem subaproveitados no Brasil.


Tendo em conta que o voo das 22,35 horas, descontinuado discretamente
pela TAP a partir de março, viajava sempre cheio, contabilizam-se cerca de 45
mil passageiros por ano. Estes passageiros, provindos da Europa para o Porto,
serão agora obrigados a pernoitar em Lisboa e subtraídos diretamente a
pernoitas no Porto.


A estes, somam-se mais algumas dezenas de milhar que serão
obrigados ao mesmo destino, uma vez que apenas 68 deles caberão no último e no
penúltimo voo nos ATR a hélice operados sob a sigla TAP Express, mas que, na
verdade, são voos da White, com aviões da Azul (às 19 e 20 horas). Nos Airbus,
que até agora ligavam Lisboa ao Porto, cabiam pelo menos 124 passageiros, no
caso do A319 - 100, o avião mais pequeno da TAP.


Em dias normais, esta interrupção de fluxo de ligação ao
Porto, poderá afetar entre 20 e 30 voos diários e milhares de passageiros, oriundos
da Europa para o Porto, para quem a supressão representará mais um dia de viajem,
o pagamento de uma pernoita e das respetivas taxas turísticas que são cobradas
na capital, mas que ainda não existem no Porto e que revertem, diretamente,
para a Câmara de Lisboa.


A ponte aérea anunciada pela TAP inclui 15 voos por dia, mas
apenas dois ou três serão operados pela TAP. Os restantes serão operados com os
pequenos aviões a hélice.


As imagens que revelamos correspondem a um dos primeiros aviões da Azul, já recondicionado, segundo a AEROIN. 


A British Ariways começou hoje a anunciar em Londres voos diretos de Gatwick para o Porto.


Rui Moreira contesta que o Estado, tendo 50% da companhia e pagando 50% da fatura, não intervenha para travar o processo de saída da TAP para Lisboa denunciado pelo Portal de Notícias do Porto segunda-feira de manhã.